Polícias Civil e Federal apuram atos de vandalismo da segunda-feira em Brasília. Foto / Kevin Eduardo/Correio Braziliense/Reprodução

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Polícia Federal também vai apurar os crimes federais praticados em decorrência do ato de protesto

 

DA AGÊNCIA BRASIL*

Horas após manifestantes apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) promoverem atos de vandalismo na região central de Brasília, incendiando ônibus e carros particulares, a Polícia Civil segue tentando identificar os envolvidos para responsabilizá-los.

“Esses atos, praticados por grupos isolados, estão sendo apurados pela Polícia Civil do Distrito Federal, e os participantes, uma vez identificados, serão responsabilizados. A PF [Polícia Federal], por sua vez, deverá apurar os crimes relacionados aos atos que atentem contra a instituição e crimes de natureza federal”, informou a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal em nota divulgada no fim da manhã desta terça-feira (13).

Ao menos oito veículos, incluindo cinco ônibus, foram incendiados durante a confusão que teve início na segunda-feira (12) à noite, depois que um grupo de pessoas tentou invadir a sede da Polícia Federal em protesto contra a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, decretada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Acácio foi detido na segunda à tarde.

Ex-candidato à prefeitura de Campinápolis (MT), ele se apresenta como uma das lideranças da Terra Indígena Parabubure e, em vídeos compartilhados nas redes sociais, questiona o processo eleitoral e a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A pedido da PGR, Moraes determinou a detenção de Acácio por suspeita de crime de ameaça, perseguição e ataques ao Estado democrático de Direito.

Apesar do forte aparato policial mobilizado para conter os atos de vandalismo, ninguém foi preso em flagrante porque, segundo a Secretaria de Segurança Pública, a ação da Polícia Militar se concentrou na dispersão das pessoas a fim de “reduzir danos e evitar uma escalada ainda maior dos ânimos”.

Ainda de acordo com a secretaria, o policiamento segue reforçado na área central de Brasília, sobretudo nas imediações do hotel em que o presidente eleito está hospedado. A região é controlada por meio de câmeras de videomonitoramento.

Preventivamente, o trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios foi limitado com o fechamento de vias a partir das alças do Eixo Monumental e da Rodoviária do Plano Piloto.

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Segurança antes da posse

Também nesta terça, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pediu ao governo do Distrito Federal que “redobre” os cuidados com a segurança pública. O pedido foi feito via Twitter em função do que a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal classificou como “atos de vandalismo” registrados na segunda-feira à noite na região central de Brasília.

“As manifestações fazem parte da democracia. A capital federal recebeu cidadãos de todo o Brasil que, há mais de um mês, vêm se expressando de maneira ordeira. Repudio veementemente a desordem, a violência e o risco à integridade física ou de patrimônio público e privado”, escreveu Lira, referindo-se ao tumulto da véspera e acrescentando que a tradição democrática brasileira “passa pela ordem e paz”.

 

*Com edição do SuperBairro.

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