Padre Morris: decepção com fiéis pouco arrependidos em seu confessionário. Foto / Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Feliz ano novo a você, que aprecia filmes, séries… e acompanha esta Coluna!

Começo o ano comentando um filme de baixo custo e boa qualidade. Há alguns anos, quando fiz um curso de roteirista, soube que uma das coisas que mais encarece a produção de um filme são seus cenários e diferentes locais de gravação –daí as cifras astronômicas de Hollywood (e a grande lista de produtores mencionados nos créditos ao final do filme). E isso ficou bem claro para mim ao desenvolver um roteiro para uma seleção de curta-metragem, pois os produtores estabeleceram o limite de quatro personagens e dois cenários: haja criatividade!

“O Confessionário” (título original “Surviving Confession”) mostra que é possível fazer muito com pouco. O padre Morris (Clayton Nemrow: “First Cow – A Primeira Vaca da América”, “Speed Racer”) começa narrando diretamente ao telespectador o conceito de confissão: a reconciliação com o penitente. Entretanto, seu incômodo é cada vez mais crescente com as muitas mentiras de arrependimento que ouve semanalmente no confessionário da igreja.

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Como bom conhecedor dos frequentadores locais, ele vai deixando clara a sua descrença nos fiéis, que julgam ser suficiente a penitência de algumas orações para a absolvição dos seus pecados (exclusivamente os confessos) –muitos deles repetidos num curto espaço de tempo. O questionamento da vocação de Morris emerge mais fortemente com a presença inesperada da contestadora e irreverente Amber (Jessica Lynn Parsons: “S.W.A.T – Força de Intervenção”), que o confronta insistentemente, tirando-o de sua zona de conforto.

A partir daí o filme toma outro rumo, pois os desafios impostos pela jovem fazem com que o pároco mude o modo neutro com que até então tratava seus fiéis. O ritmo do filme é lento e exige atenção nos diálogos, mas levará alguns a refletir sobre o ser humano e suas próprias escolhas.

Disponível no Amazon Prime Video. Com ou sem “aquela” bacia de pipoca?!?

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Série

“Notre-Dame – Catedral em Chamas”

Onde você estava no dia 15 de abril de 2019? Essa pergunta dá início às cenas da série que explora a dramaticidade do incêndio da catedral de Notre-Dame, mundialmente conhecida e um dos maiores pontos turísticos da capital da França. Em seis episódios, a parceria da Netflix com o Corpo de Bombeiros de Paris e o jornalista Romain Gubert se inspira no livro de sua autoria (“La Nuit de Notre-Dame”), em que registrou as histórias contadas pelos bombeiros que atenderam ao chamado daquele fatídico dia.

“Catedral em chamas” nos envolve com os antecedentes do desastre e os impactos do incêndio na vida de um grupo de parisienses, incluindo os profissionais que debelaram as chamas, como Alice (Megan Northan: “Noites de Paris”) e Général Ducourt (Roschdy Zem: “Dias de Glória”, “Chocolat”…), além de Max (Simon Abkarian: “Segredo de Estado”, “A Hora Mais Escura”).

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A série conta como aconteceu a tragédia e os personagens nela envolvidos. Foto / Divulgação

> Tila Pinski é jornalista (MTb 13.418/SP), redatora e revisora de textos, coordenadora editorial e roteirista. Cinéfila, reside há dez anos na Vila Ema.

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