Durante três horas, a bomba atômica, a vida do cientista e a questão política explodem na tela do cinema. Foto / Divulgação 
Inicialmente, tomo a liberdade de aqui compartilhar o indescritível prazer de não ter encontrado, em plena segunda-feira, lugar disponível em sessões legendadas nos cinemas da cidade para assistir “Oppenheimer”! Desviando das pequenas multidões em diferentes tons de rosa-Barbie, comprei ingressos para a noite seguinte, quando mais um fato me causou grata surpresa: muitos jovens naquela sessão, talvez em busca de informações e de detalhes íntimos sobre o “pai” da bomba atômica.
Trata-se de uma cinebiografia, baseada no livro “Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer” (que deu um Prêmio Pulitzer aos autores Kai Bird e Martin J. Sherwin). O filme é estonteante, perturbador, de efeitos especiais e com atuações brilhantes.
Oppenheimer (Cillian Murphy: “Dunkirk”, “A Origem”. Série “Peaky Blinders”) é o físico norte-americano da Universidade da Califórnia que dirigiu o Projeto Manhattan, em Los Alamos, sob o comando do militar Leslie Groves Jr. (Matt Damon: “Air – A História por Trás do Logo”, “Perdido em Marte”, “Invictus”), que posa de aliado do cientista até se apoderar do produto final.
O programa que tinha por objetivo produzir as primeiras bombas atômicas durante a Segunda Guerra Mundial, acabou contribuindo para o desenvolvimento da arma nuclear que em 1945 causou destruição em massa nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, fato que ainda reverbera no mundo.
O físico é casado com Kitty (Emily Blunt: “A Garota no Trem”, “Um Lugar Silencioso”, “Sicário – Terra de Ninguém”), que tem papel fundamental em toda a trama. Em 3 horas de duração, o filme dirigido por Christopher Nolan (“Dunkirk”, “Interestelar”, “A Origem”) retrata concomitantemente três diferentes períodos e abordagens: a vida acadêmica do protagonista, o processo de criação da bomba juntamente com os demais colegas de profissão e as consequências geopolíticas da bomba, tendo como pano de fundo o julgamento da lealdade do físico a seu país.
Mostrando o homem por trás do cientista, “Oppenheimer” escancara eventos históricos para estimular o público, nos fazer refletir, discutir e, sem julgar quem é herói ou vilão, enxergar fatos que talvez acreditássemos conhecer integralmente. Outras excelentes atuações em papéis de grande importância, como Robert Downey Jr (Lewis Strauss), Rami Malek (David Hill) e Casey Affleck (Boris Pash). Em exibição nos cinemas da Região.
Série
‘Rizzoli & Isles’
Procurando uma série policial com pitadas de bom humor e diálogos que fogem do lugar-comum? Encontrou, então! “Rizzoli & Isles”, disponível no Amazon Prime Video. Duas amigas fazem uma excelente dupla de trabalho no Departamento de Polícia de Boston: a única mulher detetive de homicídios, Jane Rizzoli (Angie Harmon: “As Loucuras de Dick e Jane”, “Contrato de Risco”) e a médica legista Maura Isles (Sasha Alexander: “Ele Não Está tão a Fim de Você”, “Sim, Senhor”).
Os perfis são bem distintos, mas ambas bonitas mulheres: enquanto Maura é delicada, está sempre elegantemente vestida e de salto alto, Jane não alimenta vaidades e faz o que pode para se esquivar das armações da mãe, Angela (Lorraine Bracco: “Os Garotos da Minha Vida”, “Vingança de Família”), que insiste em vê-la casada.
Hilárias as cenas em que Maura explica, com seriedade e cientificamente, coisas simples como as bactérias que circulam numa cerveja, nomes técnicos de fibras e partes do corpo… ou quando Jane experimenta, desajeitadamente, um vestido sexy pela primeira vez. No mais, sem novidade: o primeiro suspeito nem sempre é o culpado, a vítima esconde outras facetas, policiais querendo subir rapidamente na carreira, etc.
Com sete temporadas, talvez você até queira maratonar –e será diversão garantida neste feriado joseense!
> Tila Pinski é jornalista (MTb 13.418/SP), redatora e revisora de textos, coordenadora editorial e roteirista. Cinéfila, reside há 11 anos na Vila Ema.
