Foto / Pixabay

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

− Ei, Zé, faz tempo que não o vejo. Está desenferrujando? Tá duro, hein?

No primeiro dia de academia, na Vila Ema, da nossa São José dos Campos, já fui identificado e, ai de mim, debochado, surpreendido entre caretas e suores.

Certo é que encontrei na academia muitos amigos, ex-alunos, simpáticos e receptivos, igualmente na faina de se manter sãos, esticando aqui, erguendo peso ali, com supinos, extensores, barras, tapetes, aparelhos e muito suor. O que a gente não faz para ficar vivo!

Confesso que não sou muito chegado a exercícios físicos, nem perfil de atleta, embora reconheça a natureza essencial da prática. É preciso manter a saúde física, assim como a mental, e eu recomendo. Em que pese não ser exemplo de dedicação à atividade física, menos ainda à esportiva.

Vai nesse passo uma sincera admiração pelos amigos esportistas de que a cidade é plena, a começar pelos futebolistas de talento, como Zezinho Friggi, craques do basquete, como Edvar Simões e Pedro Yves, recentemente Yuri Alberto, do futebol do Corinthians, passando por campeões como Fabíola Molina e Casemiro.

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Sem me esquecer de craques joseenses do passado, como, por exemplo, o lateral Fidélis, o Touro Sentado, do Vasco e da seleção, o goleiro Sérgio Valentim do São Paulo. Além do Theodoro, revelado pelo atual São José Esporte Clube, e muitos outros. Relembrando também que nesta terra de Cassiano Ricardo começaram o notório goleiro da seleção Emerson Leão e igualmente o zagueiro Roque Júnior.

Décadas atrás, notadamente no início dos anos 1960, não havia como se exercitar regularmente em São José dos Campos. Não fossem os clubes, como a Associação ou o Tênis Clube, com futebol de salão, basquete ou vôlei, a realidade é que não se tinha ginástica ou era pouca, alguma nas escolas, destacando-se excelentes professores, como Marson e Bombarda.

Havia o judô, de primeiros japoneses, como o bom faixa preta Iwao Kikko, com bons professores. Academias de musculação, sim, vale lembrar a do Amílcar Bondesan, destacando-se o Decinho Lemes Campos, sem me esquecer do esforçado Maciste.

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Academias como as de hoje, nada, nada. Lembro-me de ter participado como aluno bissexto, do judô e jiu-jitsu do Mamede, assim como também da ginástica do Otacílio, também conhecido baterista.

Atualmente me consola observar alguns pançudos coroas se esfalfando nas boas academias. Não digo os nomes, mas tem muita gente hoje querendo exibir bíceps e barrigas de tanquinho.

Caí na besteira, outro dia, de indagar a um garboso cidadão da chamada melhor idade –denominação eufemística detestável– a se mostrar com camisetas justas, se ele frequentava academias, como este enferrujado. Ao que, como uma expressão blasé, me respondeu a figura:

− Não, isso é de nascença.

Me engana que eu gosto!

 

> José Roberto Fourniol Rebello é formado em direito. Atuou como juiz em comarcas cíveis e criminais em várias comarcas do estado de São Paulo. Nascido em São Paulo, vive em São José dos Campos desde 1964, atualmente no Jardim Esplanada. Participou do movimento cultural nascido no município na década de 60.

 

*Texto atualizado às 20h23 do dia 24/8/23.

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