Censo 2022: dados sobre sexo e idade apontam que idosos são 10,9% da população; e mulheres agora são maioria em todas as regiões do pais. Foto / Claudio Vieira/PMSJC

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Essas constatações fazem parte dos números do Censo 2022 do IBGE, divulgados nesta sexta-feira, em comparação com o Censo de 2010

 

DA REDAÇÃO*

De acordo com dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 22.169.101 idosos com 65 anos ou mais vivendo no país. O número é 57,4% superior aos 14.081.477 apurados no censo anterior, realizado em 2010.

As mudanças significativas ocorridas com a população brasileira ao longo desses 12 anos mostram que, enquanto no Censo 2010 as pessoas com 65 anos ou mais representavam 7,4% de todos os habitantes do país, em 2022 elas são 10,9%.

Em sentido inverso, o total de crianças com até 14 anos recuou 12,6% entre os dois levantamentos, saindo de 45.932.294 em 2010 para 40.129.261 em 2022. Há 12 anos, essa faixa etária respondia por 24,1% de toda a população. Agora, ela representa 19,8%.

A proporção da população das faixas etárias intermediárias, entre 15 e 64 anos, sofreu leve variação. Em 2010, representavam 68,5% do total. Já em 2022, passaram a representar 69,3%.

Conforme apurou o IBGE, a idade mediana da população brasileira aumentou seis anos, saindo de 29 em 2010 e chegando a 35 anos em 2022. O índice de envelhecimento subiu para 55,2. Isso significa que há 55,2 idosos para cada 100 crianças até 14 anos. Em 2010, o índice era de 30,7.

As regiões do país com a maior proporção de idosos com 65 anos ou mais são Sudeste (12,2%) e Sul (12,1%). Entre os estados, o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram a lista. De outro lado, a população mais jovem, envolvendo crianças com até 14 anos, é mais expressiva no Norte e no Nordeste, com ambas as regiões atingindo 25,2% do total de moradores.

O IBGE vem divulgando os dados apurados no Censo 2022 de forma progressiva. Conforme as primeiras informações, apresentadas em junho, a população brasileira teve um salto de 12,3 milhões nos últimos 12 anos, alcançando um total de 203 milhões de pessoas. Diversas capitais, no entanto, tiveram queda no número de habitantes. Também já foram apresentados recortes sobre indígenas e quilombolas.

Os números divulgados nesta sexta-feira dizem respeito aos resultados da população por idade e por sexo. De acordo com o IBGE, são dados que servem de subsídio para o planejamento de programas habitacionais, sistemas de transporte, ações afirmativas e políticas públicas voltadas para a saúde, educação e mercado de trabalho. Também são importantes para calcular projeções populacionais e para definições sobre alocação de recursos.

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Mulher amplia maioria

Outros números do Censo liberados nesta sexta-feira indicam que, pela primeira vez em cinco décadas, as mulheres são maioria em todas as grandes regiões do Brasil. Faltava apenas a região Norte para consolidar a tendência histórica de predominância feminina.

O país tem uma população residente de 203.080.756. Deste total, 104.548.325 (51,5%) são mulheres e 98.532.431 (48,5%) são homens. Isto significa que existe um excedente de 6.015.894 mulheres em relação ao número de homens. O IBGE considera, para fins de registro, o sexo biológico do morador atribuído no nascimento.

Considerado todo o país, a proporção de homens em relação a mulheres também está diminuindo. Em 1980, eram 98,7 homens para cada 100 mulheres, enquanto em 2022 foram apurados 94,2 para cada 100.

O principal indicador usado pelo IBGE nessa categoria censitária é chamado “razão de sexo”, que leva em consideração o número de homens em relação ao de mulheres. Se o número for menor do que 100, há mais mulheres. Se for maior do que 100, há mais homens. Se em 1980, havia 98,7 homens para cada 100 mulheres, em 2022 essa proporção passou a ser de 94,2 homens para cada 100 mulheres.

Quando se consideram os grupos etários no Brasil, a proporção de homens é maior entre o nascimento e os 19 anos de idade. Entre 25 e 29 anos, a população feminina se torna majoritária e a proporção continua crescendo nas idades mais avançadas. O IBGE explica a diferença inicial pelo número maior de nascimentos de crianças do sexo masculino e a mudança na idade adulta pelas taxas maiores de mortalidade masculina na juventude.

“As causas de morte dessa população jovem masculina estão relacionadas às causas não naturais, que são as causas violentas e os acidentes, que acometem mais a população entre 20 e 40 anos de idade, muito mais do que acontece com as mulheres”, afirma a pesquisadora do IBGE Izabel Guimarães.

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IBGE faz correção

Quando anunciou os primeiros resultados do Censo 2022, em junho, o IBGE anunciou que o Brasil tinha 203.062.512 habitantes. No entanto, no fim de agosto foi divulgada nota contendo correções e a população brasileira recenseada passou a ser de 203.080.756 pessoas, 18.244 a mais do que o anteriormente informado. A variação representa 0,009% da população total.

A atualização envolveu a população de 566 municípios. Em 71 deles, foram identificados problemas pontuais na coleta, o que demandou correções. Houve ainda alteração dos dados de 361 cidades devido à detecção de casos em que o recenseador não observou adequadamente os limites de sua área de atuação e visitou equivocadamente alguns domicílios. Em determinados municípios, variações ocorreram após um aprimoramento na etapa pré-crítica, que envolve o refinamento dos dados.

O Brasil costuma realizar o Censo Demográfico de dez em dez anos. O objetivo é oferecer um retrato da população e das condições domiciliares no país. O Censo 2022 deveria ter sido realizado em 2020, mas foi adiado duas vezes, primeiro devido à pandemia de covid-19, e depois por questões orçamentárias.

A operação censitária teve início em junho do ano passado. Com diversos atrasos devido a dificuldades para concluir as visitas domiciliares em todos os 5.570 municípios do país, a coleta dos dados se encerrou apenas em fevereiro desse ano.

 

*Com informações da Agência Brasil.

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