Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos, um dos locais que contarão com o reforço das Forças Armadas no combate ao crime. Foto / gru.com.br/Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

A GLO (Garantia da Lei e da Ordem) foi autorizada por decreto do presidente Lula; a operação vai apoiar ações contra tráfico de armas, de drogas e outros crimes

 

DA REDAÇÃO*

As Forças Armadas começaram, na manhã desta segunda-feira (6), a atuar em portos e aeroportos, dando apoio a ações de combate ao tráfico de armas, de drogas e outros crimes. O decreto presidencial 11.765, publicado na quarta-feira (1º), autoriza o emprego das Forças Armadas na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nesses locais até 3 de maio de 2024.

Segundo o decreto, os militares executarão ações nos polígonos e limites dos portos de Santos (SP), Itaguaí (RJ) e Rio de Janeiro, além dos aeroportos internacionais de São Paulo-Guarulhos e Rio de Janeiro (Tom Jobim/Galeão).

No Porto do Rio de Janeiro, por exemplo, militares da Marinha atuaram desde as 6h em apoio à Polícia Federal (PF) e à Receita Federal. Na entrada principal do cais, os agentes fiscalizaram carros que entravam e saíam. Também estão previstas ações de patrulha com embarcações nos acessos aos portos, o que inclui as baías de Guanabara e Sepetiba, no Rio, e os acessos marítimos a Santos.

Outro local que será alvo de patrulhas da Marinha será o lago de Itaipu, na fronteira do Brasil com o Paraguai. O Exército e a Aeronáutica ainda não divulgaram como será sua atuação no âmbito do decreto da GLO. O texto do decreto diz que “caberá ao Comando do Exército e ao Comando da Aeronáutica o fortalecimento imediato das ações de prevenção e repressão de delitos na faixa de fronteira do território brasileiro”.

Nas últimas semanas, foi registrada uma escalada de violência. No Rio de Janeiro, por exemplo, criminosos queimaram 35 ônibus e uma cabine de trem, provocando caos em sete bairros da zona oeste da capital fluminense depois de um líder miliciano ter sido morto em uma operação da Polícia Civil.

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Como será a GLO

Previstas na Constituição Federal, as GLOs conferem às Forças Armadas a autonomia necessária para que atuem com poder de polícia, por tempo predeterminado, em área previamente definida. Os militares não farão policiamento de ruas e bairros.

A decisão sobre o emprego de militares nesse tipo de ação é de competência exclusiva dos presidentes da República em exercício –que podem decidir por iniciativa própria ou em resposta a pedido de governadores, dos presidentes do Senado, da Câmara dos Deputados ou do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o governo federal, esta será a primeira vez que uma missão de GLO contempla áreas específicas de controle federal e não interfere na atuação dos estados ou do Distrito Federal. De acordo com o Ministério da Defesa, trata-se de uma operação “específica” para os três portos e os dois aeroportos. Toda a missão será realizada de forma articulada com órgãos de segurança pública, como a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

“As competências estaduais estão totalmente preservadas”, assegurou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, durante a cerimônia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou o decreto. “O que já estamos fazendo é ter presença em áreas federais. Não vamos suprimir a área de competência das polícias do estado ou do município”, concluiu Dino.

Um levantamento do Ministério da Defesa mostra que, entre 1992 e 2022, foram autorizadas 145 missões de Garantia da Lei e da Ordem no país. Destas, 39 missões (27%) reforçaram a segurança durante grandes eventos: Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro; Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável do Rio de Janeiro (Rio + 20), em 2012; na visita do papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude, em 2013; e na Copa do Mundo de Futebol, em 2014.

 

*Com informações da Agência Brasil.

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