Inflação do IPCA de outubro caiu, mas preços de alimentação e bebidas ficaram mais altos. Foto / Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Oito dos nove grupos apurados apresentaram alta de preços; o maior peso foram as passagens aéreas; grupo de alimentação e bebidas voltou a subir após quatro meses de deflação

 

DA REDAÇÃO*

A inflação oficial do país fechou outubro em 0,24%, puxada principalmente pelo aumento no preço das passagens aéreas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo do 0,26% medido em setembro. No ano, a inflação acumulada é de 3,75% e, nos últimos 12 meses, 4,82%.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços apurados pelo IBGE apresentaram alta. As maiores pressões sobre os preços vieram de transportes e alimentação e bebidas.

No grupo de transportes, as passagens aéreas, que já tinham ficado 13,47% mais caras em setembro, subiram 23,70%. “Essa alta pode estar relacionada a fatores como o aumento no preço de querosene de aviação e a proximidade das férias de fim de ano”, explicou o gerente da pesquisa, André Almeida.

Já a gasolina, subitem com maior peso entre os 377 na cesta de compra das famílias, ajudou a segurar a inflação. O preço do derivado de petróleo caiu 1,53%. Os preços do gás veicular e do etanol também caíram, 1,23% e 0,96%, respectivamente.

“Essa queda em outubro foi o maior impacto negativo no índice (-0,08 ponto percentual) e contribuiu para segurar o resultado do grupo de transportes”, acrescentou o gerente do IBGE.

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Alimentos

O grupo de alimentação e bebidas –o que mais pesa no orçamento das famílias– apresentou alta depois de quatro meses seguidos de queda nos preços. A alimentação no domicílio subiu 0,27%, impulsionada pela batata-inglesa (11,23%), cebola (8,46%), frutas (3,06%), arroz (2,99%) e carnes (0,53%). A alimentação fora do domicílio ficou 0,42% mais cara.

“O arroz acumula alta de 13,58% no ano. Esse resultado é influenciado pela menor oferta, já que ele está no período de entressafra e houve maior demanda de exportação. No caso da batata e da cebola, a menor oferta é resultado do aumento de chuvas nas regiões produtoras, que prejudicou a colheita”, detalhou André Almeida.

O grupo de comunicação foi o único que registrou deflação, com queda de 0,19%. O motivo foi a série de baixas nos preços dos aparelhos telefônicos e dos planos de telefonia fixa.

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Meta de inflação

O resultado anunciado nesta sexta-feira deixa o IPCA acumulado de 12 meses acima da meta de inflação determinada pelo Banco Central, que é de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O IPCA mede a inflação de famílias com renda de um até 40 salários mínimos.

INPC

O IBGE divulgou também o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos. Em outubro o resultado foi de 0,12%. O INPC acumula 3,04% no ano e 4,14% nos últimos 12 meses.

 

*Com informações da Agência Brasil.

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