Funcionário do condomínio La Cité tenta organizar lixo acumulado que recebe despejo de outras residências e pontos comerciais. Foto / SuperBairro

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Após ser anunciada para iniciar a coleta domiciliar na terça-feira (27), até as 17h desta quarta-feira a nova empresa não passou pela Vila Ema; Prefeitura alega “período de transição”

 

DA REDAÇÃO

Após a nova empresa contratada para a coleta de lixo domiciliar orgânico na cidade ter iniciado as atividades na terça-feira (27), os moradores da Vila Ema, na região central, ainda não receberam o serviço. A Ecco Liberty Soluções Ambientais foi a vencedora da licitação realizada pela Prefeitura de São José dos Campos e será a responsável pelo serviço nos próximos cinco anos.

Moradores do bairro queixaram-se nas redes sociais da falta de coleta desde segunda-feira (26), quando ainda deveria ser feita pela Prefeitura, que interveio na contratada anterior, a empresa Beta Ambiental, que teve o contrato rescindido.

Na tarde desta quarta-feira (28), havia acúmulo de lixo em todas as ruas do bairro. Na avenida Heitor Villa-Lobos, principal corredor de trânsito da Vila Ema, bombonas marrons dos condomínios residenciais, contendo lixo orgânico, passaram a conviver com sacos de lixo de residências e pontos comerciais.

Decepção

A comerciante Claudia Petrati, que possui uma sorveteria ao lado do condomínio La Cité, na Heitor Villa-Lobos, esperava que a nova empresa regularizasse o problema de coleta de lixo que o bairro vem sofrendo há alguns meses. “A gente aguardava a chegada da nova empresa, mas ontem isso não aconteceu”, estranhou.

Claudia colocou em dúvida a capacidade de atendimento da Ecco Liberty. “Divulgaram que a empresa terá 24 caminhões operando, será que esse número é suficiente para atender toda a cidade?”, questionou.

Trabalhando no mesmo local desde fevereiro de 2020, a comerciante relatou que o serviço de coleta de lixo sempre foi bom, mas passou a ter problemas de alguns meses para cá. “O pior é que muita gente tem usado os postes como referência para colocar sacos de lixo, provocando mau cheiro e atraindo baratas”, concluiu, mostrando o lixo acumulado avançando para a frente do seu estabelecimento.

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Transição

Acionada pelo SuperBairro, a Secretaria de Manutenção da Cidade respondeu, por nota, que o serviço “ainda está em um período de transição, uma vez que a empresa Ecco Liberty Soluções Ambientais iniciou o trabalho na cidade na terça-feira (27)”. E completou: “Devido a pendências deixadas pela antiga empresa de coleta orgânica regular, o serviço está em processo de adequação. A expectativa é que até o final de semana esteja tudo organizado”.

A Ecco Liberty foi contratada por 60 meses, por um valor total de R$ 175 milhões, após vencer licitação que teve 15 concorrentes. A frota da empresa, divulgada pela Prefeitura é composta de 24 compactadores, dois caminhões-pipas, duas carrocerias, um poliguindaste, um caminhão ¾ e quatro utilitários. O trabalho de coleta regular orgânica será distribuído em 18 setores abrangendo todos os bairros da cidade, de segunda-feira a sábado, em dois turnos, e as feiras livres de terça a domingo.

O objetivo da licitação, segundo a Prefeitura, foi restabelecer a normalidade no serviço “após o impasse criado pela prestadora Beta Ambiental, que declarou suas atividades na cidade encerradas no dia 7 de dezembro do ano passado”, depois que, segundo a empresa, a Prefeitura se recusou a analisar pedidos de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Quem é a Ecco

Em seu site na internet, a Ecco Liberty informa que atua no setor de limpeza urbana, construções e serviços desde 2013. Atualmente, possui mais de 2.000 empregados e opera com mais de 300 equipamentos. Mantém três escritórios no país, dois no estado do Ceará e um na cidade de São Paulo.

A empresa é a atual responsável pela coleta domiciliar de lixo na cidade de Belo Horizonte (MG), após ter vencido licitação no mês de abril do ano passado. Além disso, diz ter como clientes o Governo de São Paulo, as prefeituras de João Pessoa (PB), Juazeiro do Norte (CE) e Horizonte (CE), e as empresas públicas Sabesp (SP), Copasa (MG), e Embasa (BA).

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