A rede 5G já está presente em todas as cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes. Foto / Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Atualmente, todas as cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes têm pelo menos uma operadora que oferece o 5G; entenda as vantagens da nova geração de rede móvel na vida das pessoas

 

DA REDAÇÃO*

A rede 5G completou dois anos de operação no Brasil no último sábado (6) com disponibilidade superior às metas fixadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A tecnologia já atende a 27,9 milhões de usuários em 589 municípios.

Segundo a Conexis Brasil Digital, entidade que reúne as empresas de telecomunicações e conectividade, as prestadoras não apenas cumpriram a meta de 2024, como anteciparam mais de 70% das metas para 2025. Atualmente, todas as cidades com mais de 500 mil habitantes têm pelo menos uma operadora que oferece o 5G.

Desde 2021, quando começaram os investimentos na tecnologia, as operadoras investiram R$ 116 bilhões. Por operar em frequências altas, o 5G requer antenas de pequeno porte, o que leva à necessidade de cinco a dez vezes mais antenas que o 4G.

Na mesma data, no ano passado, o 5G era oferecido a pouco mais de 10 milhões de usuários em 150 cidades. Segundo a Conexis, de lá para cá, mais de 1 milhão de linhas por mês foram habilitadas para a tecnologia.

O edital da Anatel para o leilão 5G obriga a instalação da tecnologia em todas as cidades acima de 500 mil habitantes até julho de 2025 e em todas as localidades com mais de 200 mil habitantes até julho de 2026. Até julho de 2030, a tecnologia deverá estar disponível em todas as cidades brasileiras e em 75% das localidades rurais.

Desafios

A Conexis aponta que um dos motivos para a rápida expansão da rede 5G foi o fato de o leilão privilegiar os investimentos na instalação e expansão da tecnologia, em vez de concentrar-se apenas em quem pagaria o maior valor. Apesar da rápida expansão, a entidade cita desafios, como legislações municipais desatualizadas que atrasam ou impedem a instalação de mais antenas.

Conforme levantamento do projeto Conecte 5G, criado pelas prestadoras associadas ao Conexis, apenas 501 municípios brasileiros têm leis de antenas alinhadas à Lei Geral de Antenas. Isso representa menos de 10% dos municípios brasileiros em conformidade com a legislação federal. As operadoras pedem regras mais claras e licenciamentos mais ágeis para manter a velocidade de expansão do sinal.

A tecnologia 5G tem a vantagem, em relação às redes anteriores, de exigir a utilização de antenas pequenas, que dispensam torres e podem ser instaladas na fachada de prédios e até em postes e semáforos, sem interferir na paisagem urbana. No entanto, por ter frequência mais alta e comprimento de onda menor, a rede exige a instalação de mais antenas que os outros tipos de sinais.

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O que é o 5G

O 5G é a mais nova geração de rede móvel, que começou a ser implantada em diversos países em 2019. Traz uma conexão mais estável, cobertura mais ampla e velocidade cem vezes maior que a do 4G, a rede mais usada atualmente. A tecnologia permite que múltiplos dispositivos se conectem ao mesmo tempo, estimados em 1 milhão por quilômetro quadrado.

Em entrevista ao site #TMJ, o professor Humberto Sandmann, do curso de Sistemas de Informação da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), apontou as principais vantagens do 5G, começando pela sua velocidade, que poderá permitir downloads de até 20 Gb/s (gigabits por segundo), a ponto de ser possível “baixar um filme da Netflix em dois ou três segundos”.

A rede 5G também faz comunicações sem atraso, tornando possível manipular coisas em tempo real. Como exemplo, Sandmann explicou que “um especialista em neurociência que está no Japão conseguirá realizar uma cirurgia em tempo real em um paciente nos Estados Unidos”.

A tecnologia também viabilizará a implementação da Internet das Coisas (IoT). “Com o 5G, a gente espera que algo em torno de 20 bilhões de dispositivos comecem a se conectar à internet em todo o mundo”, comentou o professor. “Tudo estará acessível na internet. Do escritório, será possível acionar a cafeteira em sua casa.”

Combinada a tecnologias como big data, inteligência artificial e IoT, a nova geração de internet também tornará viáveis os veículos autônomos e as cidades inteligentes, com dispositivos conectados que geram informações para melhorar a vida das pessoas. Por exemplo, semáforos inteligentes poderão controlar melhor o fluxo de carros e pedestres e reduzir os congestionamentos nas grandes cidades.

 

*Com informações da Agência Brasil, blog Intelbras e site #TMJ.