Com os candidatos a vice, as chapas para disputar o voto do joseense pela Prefeitura de SJC estão definidas. Foto / Roberto Jayme/TSE

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Eles podem somar votos, mas também podem tirar. São os candidatos a vice-prefeito, que ficaram definidos por completo após a última convenção dos partidos que irão disputar a Prefeitura de São José dos Campos, com o PDT homologando a professora Nadia Assad no domingo (4).

Nestas eleições, ganha força a tendência à escolha de mulheres para compor a chapa como vices: são quatro contra dois homens.

Das seis chapas, três são puro-sangue, ou seja, os candidatos a prefeito e a vice são do mesmo partido. É o caso de Dr. Elton/Dulce (União), Toninho Ferreira/Janaína (PSTU) e Prof. Wilson Cabral/Nadia (PDT). São três coligações entre partidos diferentes: Anderson (PSD)/Cel. Wilker (MDB); Eduardo Cury (PL)/Mello (PSDB) e Wagner Balieiro (PT)/Marina (PSOL).

Veja, agora, os prós e os contras dos candidatos a vice nesta eleição.

– Experiência – Leva vantagem o candidato José Mello, nome eleitoral para José de Mello Correa, do PSDB, que teve forte presença nos governos de Eduardo Cury e Felicio Ramuth, enquanto este último era tucano. Dulce Rita, com sua longa presença na Câmara, também agrega. Janaína (PSTU) e Marina (PSOL) têm longa vivência nas lutas sociais e sindicais. Cel. Wilker (MDB) e Nádia Assad (PDT) são novatos.

– Votos – A única que pode dizer que tem votos é a vereadora Dulce Rita, que tem ficado entre os mais votados nas últimas eleições no Legislativo. Os demais, ou concorreram por partidos nanicos e ideológicos, ou nunca disputaram uma eleição.

– Idade – Não representa muita vantagem ser mais velho ou mais novo, mas não deixa de ser um diferencial. A mais velha é Dulce Rita, com 74 anos. Na sequência, vêm Nadia (68), Mello (63), Cel. Wilker (50) e Janaína (47). A caçula entre os vices é Marina, com 35.

– Especialização – Mello (gestão pública e planejamento) e Cel. Wilker (segurança) podem bater no peito e dizer que são especialistas para governar. Nadia tem toda a carreira voltada à educação, mas também agrega com disciplinas específicas, como ciências agrárias. Dulce, apesar da experiência como vereadora, é generalista. Janaína e Marina são da militância, ou seja, têm forte influência nas bases partidárias.

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Conheça melhor os vices

Foto / Divulgação

Dulce Rita (União Brasil)

Economista, servidora pública municipal aposentada. Viúva, mãe de três filhos, tem dois netos. Foi subprefeita no distrito de Eugênio de Melo. Vereadora por vários mandatos com expressiva votação. Vereadora duas vezes mais votada do Vale do Paraíba. Reconhecida pela atuação na área da Saúde. Atuante em diversas causas sociais. Sempre lutando por infraestrutura para os bairros, como creches e unidades de saúde.

É candidata a vice-prefeita do Dr. Elton (União Brasil).

Foto / Divulgação

Janaína dos Reis (PSTU)

Janaína, 47 anos, é advogada, dirigente do Movimento de Mulheres em Luta e integrante da CSP-Conlutas Vale do Paraíba. Já foi dirigente sindical na categoria dos metalúrgicos de São José dos Campos e região e tem militância destacada no combate ao machismo, ao racismo e à LGBTfobia, em defesa das mulheres, negros e LGBTIs. Em pleitos anteriores, já foi candidata a vereadora pelo partido.

É candidata a vice-prefeita de Toninho Ferreira (PSTU).

Foto / Facebook/Reprodução

José Mello (PSDB)

Mello é casado e tem 63 anos. Formado em engenharia elétrica, foi pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e gerente de engenharia da Johnson & Johnson. Presidiu a ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José por dois mandatos; é o atual vice-presidente da entidade. Também foi presidente, por três vezes, do Lions Clube. Na prefeitura, foi secretário de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia do governo Eduardo Cury. Foi, ainda, secretário de Gestão Administrativa e Finanças e assessor de Projetos Especiais entre 2017 e 2022. Deixou a administração em março de 2022, por divergências. É o atual presidente do PSDB de São José.

É candidato a vice-prefeito de Eduardo Cury (PL).

Foto / Facebook/Reprodução

Marina Sassi (PSOL)

Marina é técnica mecânica, tem 35 anos e cursa o último ano de licenciatura em letras. É metalúrgica, eletricista montadora de aviões na Embraer. Em 2024, concluiu seu terceiro mandato como diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de SJC e região. Mãe, feminista, ecossocialista e atual presidente do PSOL em São José, tem trajetória política ligada fundamentalmente à defesa dos direitos humanos e políticas sociais. É uma das responsáveis pela consolidação do PSOL na região e coordenação da militância do partido na cidade.

É candidata a vice-prefeita de Wagner Balieiro (PT).

Foto / Divulgação

Nadia Assad (PDT)

Nadia, 68 anos, natural de São José dos Campos, mãe de dois filhos, é professora de ciências agrárias com complementação em agronomia, especialista em plantas medicinais e produtos naturais, e em botânica. Formada na UFRJ, foi professora na Escola Agrícola de Jacareí, atual IFSP-Jacareí, estruturou e coordenou o curso de ciências agrárias da Univap, foi colunista da Editora Abril e atualmente faz parte do Movimento Nacional ODS São José dos Campos (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). O movimento ODS está na agenda 2030 da ONU no município.

É candidata a vice-prefeita do Prof. Wilson Cabral (PDT).

Foto / Divulgação

Cel. Wilker Lopes (MDB)

Cel. Wilker dos Santos Lopes, 50 anos, casado, pai de dois filhos, natural de São Paulo, tem título de Cidadão Joseense. Durante a carreira profissional, atuou em diversas unidades, estando à frente de mais de 400 homens em ações de combate e enfrentamento ao crime. Atuação marcante no Sistema de Inteligência da PMESP; diminuição significativa da taxa de criminalidade nos últimos sete anos; ações conjuntas com o poder público municipal através do Programa São José Unida e consequente redução dos índices criminais no município. Coronel da PM desde janeiro de 2024. Foi comandante do CPI-1 (Comando de Policiamento do Interior-1).

É candidato a vice-prefeito de Anderson Farias (PSD).

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PALANQUE

Tiro no pé

Ao comunicar sua decisão sobre o pagamento do tão aguardado gatilho salarial para os servidores, o prefeito Anderson Farias (PSD) deixou o candidato à reeleição Anderson Farias em situação desconfortável. Por quê? Anunciar que está liberando 1,87% para quem reivindica há meses o disparo dos 5%, é um tiro no pé. Mesmo se tiver razão ao alegar que a lei eleitoral “proíbe aumentar o salário dos servidores além da inflação acumulada durante o ano eleitoral e até a posse dos eleitos”, a falta do gatilho integral é lenha na campanha.

Gatilho salarial: tema garantido na campanha. Foto / Sindserv SJC/Reprodução

Tiro no alvo

A vereadora Dulce Rita (União), não deixou por menos e apertou o seu próprio gatilho em postagem no Instagram: “Chega de enganação! Todos sabem que essa é uma estratégia ‘passa moleque’ que não convence ninguém”, atacou. E concluiu: “Gatilho salarial fake para os servidores”.

Efeito Wilker?

Delegado Palumbo: elogios rasgados à GCM no “Pânico” da Jovem Pan. Foto / Facebook/Reprodução

É claro que, de graça, não foi. Mas chamou a atenção a participação do deputado federal Delegado Palumbo (MDB-SP) ao soltar rojões para o funcionamento da Guarda Civil Municipal (GCM) de São José. Palumbo não deixou por menos: “A cidade é segura pra caramba, ela é monitorada pelos GCMs, tem câmera em tudo quanto é lugar”. Parecendo se referir à sede inaugurada recentemente, foi ainda mais longe: “Eu nunca vi, em mais de 20 anos de polícia, uma base tão bonita e apropriada”.

Clique [aqui] e veja o vídeo.

Irmão camarada

Balieiro e Lula: amigo é coisa pra se guardar. Foto / Facebook/Reprodução

Em campanha, vale tudo. Até comemorar o Dia Internacional da Amizade, ocorrido em 30 de julho, com uma foto ao lado de ninguém menos que o presidente da República. Isto mesmo. O candidato Wagner Balieiro (PT) posou ao lado de Lula –metido em um quepe de Grande Timoneiro– e só faltou fazer um reel com a famosa canção: “Você, meu amigo de fé / meu irmão camarada…”

Tarcísio no muro

Só ficou surpreso quem não se colocou na pele do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) quando ele bateu o martelo para dizer que não iria apoiar nem Anderson (PSD), nem Cury (PL), dois partidos que integram a sua base de apoio. Primeiro, porque Tarcísio será vencedor, não importa qual dos dois seja o novo prefeito. Segundo, porque os olhos do governador estão muito além de 2024, estão focados lá em 2026, na sucessão de Lula.

O candidato à reeleição Anderson Farias piscou primeiro e, para dizer que a decisão de Tarcísio era muito natural, gastou nada menos de 61 linhas em uma postagem no Instagram.

Mais prático, Cury só precisou publicar nas redes sociais uma foto sua apertando a mão de Tarcísio. “Visitei há pouco nosso governador Tarcísio Gomes de Freitas no Palácio dos Bandeirantes. Uma ótima conversa onde trocamos ideias sobre o nosso Estado e os projetos que estamos desenvolvendo para São José dos Campos. Obrigado, governador, pela receptividade e ótimo papo!”

Cury vai até Tarcísio: “ótimo papo”. Foto / Facebook/Reprodução

Pesquisa secreta

A mais nova teoria da conspiração na campanha eleitoral de São José, que só vai começar oficialmente no próximo dia 16 com o horário eleitoral na TV e no rádio, está girando em torno de uma pesquisa eleitoral encomendada para ser divulgada e que, até agora, não saiu do cofre de quem a encomendou.

Registrada na Justiça Eleitoral no dia 19 de julho para ser divulgada no dia 25, a pesquisa para prefeito de São José informou que ouviria 880 pessoas para responder a um grande número de perguntas. O custo do serviço encomendado ao Instituto Ver, de Belo Horizonte (MG), de R$ 44 mil, extrapola em muito a normalidade, que gira em torno de R$ 10 mil.

A pesquisa foi encomendada pelo portal de notícias Aqui Vale e pela empresa Veritas Produtos e Serviços. A coluna enviou perguntas ao Aqui Vale sobre o assunto e, caso haja manifestação, esta nota será atualizada.

LP, quem diria…

Luiz Paulo: voando para longe do velho ninho. Foto / SuperBairro

Hoje um tranquilo escritor e vendedor dos próprios livros, Luiz Paulo Costa, um dos vereadores mais competentes da história da cidade após os anos 70, está surpreendendo os velhos companheiros. Também jornalista, o LP, como também é conhecido, está apoiando a candidatura do Dr. Elton (União).

Até aí, nada demais. O problema é que Luiz Paulo foi um apoiador quase radical dos governos tucanos de Emanuel Fernandes e Eduardo Cury. Mais do que isso, recebeu postos importantes naqueles governos. E por que, então, o desembarque? “Saí do partido quando ele aderiu ao bolsonarismo”, resume. Caramba!

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PONTO A PONTO

‘De boca fechada…

Foto / Ricardo Stuckert/PR

…é um poeta.’ A frase lapidar do boleiro Romário, hoje senador da República, para “homenagear” Pelé, bem poderia às vezes ser transferida para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A última dele foi a seguinte: “Uma mulher sem profissão vai ficar a vida inteira dependente dos outros. Vai casar e, se não tomar cuidado, o marido vai agredi-la e ela vai ficar com ele porque precisa dar comida para os filhos”.

Está cem por cento errado? Não. Pelo contrário. Mas bem que daria para falar exatamente a mesma coisa sem parecer um troglodita. E a expectativa que fica é saber qual será o seu próximo chute no balde.

Marrom fará falta

Foto / Facebook/Reprodução

Quem vê a política como uma guerra em que só vale eliminar o adversário, pode não ter percebido a perda que a morte de Valdir Martins de Souza, o Marrom, ocorrida no último dia 29, aos 66 anos, representou para uma parcela da população de São José dos Campos. Depois de ter lutado pelos direitos dos moradores da antiga favela do Morro do Regaço, entre o Jardim Paulista e a Vila Industrial, ele voltou a aparecer na crise do Pinheirinho. Metalúrgico da Tecsat, foi diretor de sindicato e suplente de vereador pelo PT. Nesta eleição, seria candidato a vereador pelo PCdoB.

 

TOQUE FINAL

Falando em Venezuela…

Fonte: Facebook/Reprodução