Meta já abandonou checagem de fatos nos EUA. Foto / Pixabay

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

AGU convoca reunião para avaliar mudanças anunciadas pela Meta no Facebook e Instagram; por enquanto, fim da checagem será apenas nos EUA

 

DA REDAÇÃO

A Meta, gigante da tecnologia que controla as redes Facebook, Instagram e Whatsapp, respondeu na noite de segunda-feira (13) os questionamentos da Advocacia-Geral da União (AGU) sobre as mudanças em suas políticas de moderação, entre elas o fim do programa de checagem de fatos que indicava quando informações falsas circulavam nas redes.

Em nota, a AGU informou que convocou uma reunião técnica para esta terça-feira (14) sob a coordenação da Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia, vinculada à AGU, para discutir as ações e medidas em relação às alterações anunciadas pela companhia.

Devem participar da reunião representantes dos ministérios dos Direitos Humanos e Cidadania, da Justiça e Segurança Pública e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom).

“Somente após essa análise, a AGU, em conjunto com os demais órgãos, se pronunciará sobre os próximos passos em relação ao assunto e tornará público o teor da manifestação”, informou a AGU.

Na semana passada, a Meta anunciou uma série de mudanças e o alinhamento da política da empresa à agenda de governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que defende a desregulamentação do ambiente digital e é contrário à política de checagem de fatos.

Desde 2016, a Meta oferecia no Facebook e no Instagram um serviço de checagem realizado por jornalistas e especialistas em cerca de 115 países, que apurava se informações que circulavam nas redes eram verdadeiras ou falsas e oferecia a contextualização aos usuários.

Com o fim da checagem de fatos, a Meta passou a adotar a política de “notas da comunidade”. Com isso, apenas usuários previamente cadastrados podem contestar alguma informação que circula nas plataformas.

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Fake news

Especialistas em direito e ambiente digitais alertam que a mudança favorece a livre circulação de fake news –notícias fraudulentas– e também incentiva o discurso de ódio contra grupos minoritários como mulheres, imigrantes e homossexuais.

Documento da Coalizão Direitos na Rede –que reúne mais de 50 entidades ligadas ao tema– afirma que a Meta ataca os esforços democráticos de nações em proteger as populações contra os danos provocados pelas big techs.

O ministro da AGU, Jorge Messias, tem defendido ações do governo brasileiro que garantam o cumprimento da legislação do país frente às mudanças na Meta. “As pessoas acabam não conseguindo distinguir o que é verdade do que é mentira. Isso acaba impactando no país, na nação, nas pessoas e na economia. Estamos falando de soberania nacional”, enfatizou.

Só nos EUA

O fim do serviço de checagem de fatos da Meta ocorreu, por enquanto, apenas nos Estados Unidos, informou a empresa ao responder os questionamentos da AGU.

“Neste momento, essa mudança somente será aplicada nos Estados Unidos. Planejamos criar, testar e melhorar as Notas da Comunidade nos Estados Unidos antes de qualquer expansão para outros países”, informou a Meta.

 

*Com informações da Agência Brasil.

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