Luiz Paulo, criador do bloco, saúda os foliões na manhã do sábado de Carnaval. Foto / SuperBairro

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Engole Sapo: 35 anos de crítica política no Carnaval. Vídeo / SuperBairro

 

Com 35 anos de tradição, o bloco criado para levar a crítica política ao Carnaval, superou a falta de patrocinadores e conseguiu sair pelas ruas do Centro

 

DA REDAÇÃO

Até poucos dias antes do Carnaval deste ano, o tradicional bloco Engole Sapo, criado há 35 anos pelo jornalista Luiz Paulo Costa, estava ameaçado de não passar pelas ruas do Centro. Porém, componentes e amigos fizeram um esforço extra e o bloco desfilou.

Segundo Luiz Paulo, o Engole Sapo não conseguiu patrocinadores. Mas as contribuições pessoais viabilizaram a saída do bloco. No sábado pela manhã, os integrantes iniciaram por volta das 10h a tradicional concentração no Jardim do Sapo. Por volta de 11h30, começou o desfile, passando pelas ruas Floriano Peixoto, Francisco Paes, Praça Afonso Pena, XV de Novembro e região do Mercado Municipal.

Passando o bastão

Ao mesmo tempo que comemorou mais um Carnaval do Engole Sapo, Luiz Paulo anunciou que a partir do ano que vem a responsável pelo bloco será sua filha, a também jornalista Juliana Costa. “Estou passando o bastão”, avisou. Em seus 35 anos, o bloco deixou de sair no Carnaval apenas no período da pandemia de covid-19.

Sobre a marca do Engole Sapo no Carnaval joseense –a crítica política usando o humor–, comparada à intolerância que marca a política atual, Luiz Paulo disse ao SuperBairro que política e humor têm tudo a ver entre si. “Quem não tem bom humor, não serve para ser político”, afirmou. “A gente [na política] tem que conversar com todo mundo, com gente que tem ideias e conceitos diferentes dos nossos.”

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Presença na cultura

Além do jornalismo e de uma carreira de mais de 20 anos na política, Luiz Paulo Costa marcou participação em algumas das principais realizações na área da cultura em São José dos Campos, tendo atuado, por exemplo, na criação da Fundação Cultural Cassiano Ricardo e no início da gestão da ONG responsável pelo Parque Vicentina Aranha.

Também escritor, com obras contando histórias da São José de antigamente e sua própria história de preso político durante o regime militar, Luiz Paulo ainda pode ser visto todo domingo em frente ao parque, onde vende seus livros e mantém longas conversas com amigos dos velhos tempos e novos leitores.

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ÁLBUM DE IMAGENS

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