Foto / Charles de Moura/PMSJC

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Você que tem acompanhando meus textos aqui neste portal de notícias, sabe que eu resido próximo a dois bonitos parques: o Santos Dumont e o Vicentina Aranha! Hoje é tarde de domingo com “céu de brigadeiro” e clima outonal –eu amo! Desculpe, leitor(a), eu não queria estar no meu quarto a escrever este texto… queria estar caminhando devagarzinho… no parque Vicentina Aranha!

Mas eu e minha família toda fomos pegos por ela: “a experiência da catástrofe inútil”. Assim escreveu Clarice Lispector sobre a gripe. A gripe não ensina nada, só dói o corpo, a gente não tem força para nada e depois ela vai embora. Ridículo, assim. Ah, fique tranquilo pois fizemos o teste e não é covid!

Mas se eu estivesse no Vicentina, primeiro iria respirar bem fundo quando desse os primeiros passos. E, com certeza, novamente exclamaria dentro de mim: “Como este lugar é lindo!”.

Depois de adentrar, focaria meus olhos para aquela gente que caminha e corre lá dentro; gente bonita, com roupas de ginástica bonitas e caras –na maioria das vezes. Depois, eu creio que iria me enfiar pelo meio do local. Tirando minhas selfies e fotos do patrimônio material e natural, que é vastíssimo: ocupa cerca de 84 mil m² de área verde.

É muito legal a história deste parque, porque ele era um lugar triste, pesado, mas que ajudou a salvar muitas vidas. Foi inaugurado em 1924 como “Sanatório Vicentina Aranha”, o primeiro de São José dos Campos e um dos primeiros do país. Era um dos maiores centros para tratamento de tuberculose da América Latina. E seu projeto arquitetônico é do respeitado arquiteto Ramos de Azevedo.

Em 2006 a prefeitura adquiriu o antigo sanatório, que foi tombado e reaberto em 2007 para a população em geral. O sanatório, que agora é parque, tem algumas construções além do próprio hospital. A Capela Sagrado Coração de Jesus é um belo exemplo!

Eu sei também que, em 2000, minha irmã Alba, que é arquiteta, na época estudante da Univap, fez estágio na capela, numa primeira fase de restauração. No ano seguinte, ela até recebeu diploma do governo do estado por seu trabalho!

E ainda sobre a capela, só um ligeiro detalhe: local onde fui clicada no dia do meu casamento, em 2016. Sem humildade, eu estava uma noiva linda, de branco e com casquete na cabeça. O fotógrafo Nando Jr. aproveitou detalhes fofos da igreja, estávamos felizes, e as fotos ficaram ótimas! Tudo bem que estou solteira novamente. Mas são lembranças boas que guardo deste local.

Este mês a capela volta a ser restaurada sob a responsabilidade da prefeitura municipal e deverá reabrir em outubro. Fico tranquilizada em saber que vão cuidar desde as bases da construção.

Mas, nestes tempos em que ficar em casa é a melhor opção, o parque tem uma programação online riquíssima, que inclui diversas atividades culturais e físicas para se fazer, para curtir e tirar a cabeça das quatro paredes.

Ontem mesmo eu fiquei assistindo a uma aula de ioga, deitada na cama, como informei acima, gripada. Mas foi legal! É só procurar pelo Facebook ou no site que é bem explicativo e simples para navegação. Ah, já que tenho esta possibilidade, vou concluir este texto, tomar vitamina C, voltar para a cama e fuçar alguma coisa interessante para fazer, a distância, oferecidas de lá!

 

> Vana Allas é jornalista (MTb nº 26.615), licenciada em Letras (Língua Portuguesa) e pós-graduada em Filosofia da Comunicação. É autora do livro “Vale, Violões e Violas – Uma fotografia do Vale do Paraíba”. Mora na Vila Icaraí.