Desde 2007, o antigo sanatório, transformado em parque público, recebe cerca de 70 mil pessoas por mês em atividades culturais, esportivas e recreativas. Foto / Charles de Moura/PMSJC. Veja o vídeo -- O prefeito Felicio Ramuth planta muda no dia dos 97 anos e lembra o ex-prefeito Eduardo Cury, autor da desapropriação que criou o parque. Imagens / SuperBairro 

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

 

DA REDAÇÃO

Na tarde desta terça-feira (27), dia do aniversário de 97 anos do antigo Sanatório Vicentina Aranha, o prefeito Felicio Ramuth (PSDB) participou de cerimônia de plantio de mudas de árvores para simbolizar o compromisso com a preservação ambiental do complexo de 84.500 m2 instalado no “coração” do centro novo da cidade.

 O ato tem a ver com um novo ciclo que o Parque Vicentina Aranha está vivendo desde este mês de abril, em que as atividades passarão a ser guiadas pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs), estipulados pela ONU e baseados nos seguintes eixos temáticos: arte e cultura; qualidade de vida e sustentabilidade; educação, identidade e memória; ciência, tecnologia e inovação; economia criativa; e universo infantil.

Eventos online

Gerido pela Afac (Associação para o Fomento da Arte e da Cultura), o parque vem promovendo iniciativas para a preservação patrimonial e a ocupação positiva do espaço com atividades culturais e de qualidade de vida. Desde o início da pandemia, as atividades estão sendo realizadas online.

O diretor executivo da entidade, Aldo Zonzini Filho, que assumiu o cargo em fevereiro deste ano, recebeu o prefeito para o evento de plantio de mudas. “O momento que atravessamos como sociedade é de empatia e preocupação com o futuro, por isso a importância de trazermos para a programação do parque pautas como sustentabilidade, inclusão e solidariedade”, afirmou.

97 anos

Inaugurado em 1924 como sanatório para tratamento da tuberculose, o Vicentina Aranha tornou-se parque público em 27 de julho de 2007. Desde então, o espaço foi aberto para a prática de caminhadas e corridas em um bosque com área de 43,887 mil m².

Os frequentadores percorrem vielas ladeadas por canteiros com paisagismo e outros com bosque. Identificadas por placas, podem ser admiradas espécies como mogno, peroba rosa, jequitibá, jacarandá da Bahia, Gonçalo Alves, pau mulato, jatobá, braúna preta, aratibá, guarantã, cabreúva vermelha e louro pardo, entre outras.

Os prédios e a capela formam um complexo arquitetônico considerado um dos mais importantes da fase sanatorial na América Latina. Por isso, desde 2001 é tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) e, desde 1996, pela lei municipal nº 4928/96.

O Sanatório Vicentina Aranha foi inaugurado em 27 de abril de 1924, sendo o primeiro da fase sanatorial a ser construído na cidade. O projeto é do arquiteto Ramos de Azevedo e as obras foram executadas pelo engenheiro Augusto de Toledo. Em 1980, passou a abrigar um hospital geriátrico, cujas atividades foram encerradas em 2003.

Em dezembro de 2006, a Prefeitura de São José dos Campos, na gestão do ex-prefeito Eduardo Cury (PSDB), assinou a desapropriação amigável do local, de propriedade da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, pelo valor de R$ 22 milhões.

Hoje, o parque recebe cerca de 70 mil visitantes por mês para a prática de atividades culturais, ambientais e físicas. Também é oferecida gratuitamente ao público uma extensa programação com atrações musicais, cinema, teatro, arte e história, entre outras.

Além das atividades, a Afac mantém um programa de restauração e reforma dos prédios tombados, contando com doações da sociedade para esse trabalho, além de recursos públicos. O projeto de recuperação foi dividido em dez fases. Até o momento, três fases foram concluídas.