Ex-ministro sai após operação da Polícia Federal e com desmatamento da Amazônia em alta
DA REDAÇÃO
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu demissão ao presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (23) e já foi substituído por Joaquim Álvaro Pereira Leite, que até então era secretário de Amazônia e Serviços Ambientais do ministério.
O ex-ministro vinha sendo investigado pela Polícia Federal para apurar se ele determinou o afrouxamento do controle sobre a exportação de madeira pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Denominada Operação Akuanduba, a investigação da PF fez buscas e apreensões em endereços de Salles e de outras 21 pessoas supostamente envolvidas. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
O ex-ministro alegou questões familiares para deixar o cargo. Em entrevista à Imprensa no Palácio do Planalto, logo após o pedido de exoneração, Salles disse que estava saindo da “forma mais serena possível”.
Desmatamento em alta
O período de Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente coincide com a maior alta no desmatamento da Amazônia nos últimos dez anos, segundo monitoramento por satélite feito pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).
Novo ministro
Além de secretário da pasta Amazônia e Serviços Ambientais, Joaquim Álvaro Pereira Leite também atuou no Departamento Florestal do ministério entre 2019 e 2020. Na vida privada, foi ligado por mais de 23 anos à SRB (Sociedade Rural Brasileira), que representa o setor agropecuário.