Ilustração / Maria D'Arc Hoyer utilizando Canvas

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Uma treta divertida entre gerações ganhou espaço nos últimos dias nas redes sociais e no noticiário. Ela passa longe da minha faixa etária, mas fui ouvindo uma coisa aqui, outra ali e, quando me dei conta, estava rachando o bico com a disputa divertida entre a “Geração Z” e os “Millennials”.

Confesso que andava mesmo em busca de algo maneiro para aliviar as tensões de tanto assunto pesado dos quais anda difícil fugir. Aproveitei para embarcar na história, não por falta de assunto, mas pela diversão de rir um pouco da gente mesmo; o melhor riso do mundo. E essas expressões que se consagram de tempos em tempos são tudo de bom.

Tia assumida e de boa, me acomodei para assistir de camarote a briga de foice entre os novinhos e os ainda mais novinhos sobre as regras para definir quem é cringe ou não é. Se você chegou até aqui e está meio perdido, não fuja. Vou já esclarecer quem é quem nessa bagaça.

Os Millennials são a galera nascida entre as décadas de 1980 e 1990. Essa turma está hoje com idade entre 27 e 40 anos. A Geração Z é composta por nascidos a partir da metade da década de 1990, mais ou menos, até 2010. Eles têm idades entre 11 e 26 anos.

De origem inglesa, Cringe é palavra que tem sido traduzida como vergonha alheia, atitude que causa embaraço, brega, é pagar mico. Uma gíria utilizada agora pela Geração Z para rotular Millennials, principalmente, que usam coisas e modos que não estão mais na moda. Que não é prafrentex, que está por fora, morô?

Não tenho ideia onde tudo começou, mas nas listas que correm por aí, coisas como usar emoji para rir nas mensagens, desfilar uma calça skinny, curtir sapatilha de bico redondo, se preocupar com boletos, ser fã de Harry Potter ou do seriado Friends é cringe.

Tomar café da manhã também é cringe. Pois é, essa parte ainda não decifrei. Se a ideia é passar fome apenas ou só tomar um suco verde e comer um hamburgão (ops, suco verde deve ser muito cringe). Vai saber… Cara, para eles um simples cafezinho também é cringe.

Usar Facebook, Instagram e principalmente hashtag, está por fora. Fico aqui pensando que isso deve dar tilt nos comunicadores digitais que usam hashtags para atingir esse público. Lá vamos nós de novo, nos virar nos trinta para reinventar os caminhos da comunicação e, de quebra, sem pontuação!!!

Oi? Usar pontuação é cringe? Para a tchurminha “Z” é.

Quer saber o que mais é cringe? Cerveja litrão, ler jornal impresso e assistir redes de noticiário como Globo News e CNN. Putz, aí forçou a amizade. Menos, né galera?

É claro que essas acusações todas colocaram grilo na cuca dos Millennials, que reagiram e a lista cringe para a Geração Z já inclui dancinhas no Tik Tok, o uso de emojis para fazer ironias e usar cabelo repartido ao meio. Então, tá.

De minha parte, curti a desculpa para viajar na maionese das gírias de outras épocas. E se você entendeu todas as expressões que aparecem no texto –todas mesmo–, fique tranquilo, você pode até ser velho, antigo e ultrapassado, mas cringe você não é! 🙂

 

> Maria D’Arc Hoyer é jornalista (MTb nº 23.310) há 28 anos, pós-graduada em Comunicação Empresarial. Mora na região sudeste de São José dos Campos. É autora do blog recortesurbanos.com.br.