Susanna Alwan e o seu Quindim. Foto / Arquivo pessoal

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Sabe aquela ave que carrega no blush das bochechas e tem um topete maneiro, estilosíssimo? Isso mesmo, a calopsita. Pois é, essa avezinha cheia de personalidade está entre os mais queridinhos animais de estimação, tanto quanto cachorros e gatos.

Aliás, algumas delas realmente se comportam como cachorros, tamanha a afinidade com seus tutores, e outras, por conviverem com cães e felinos, acabam aprendendo até mesmo a latir ou a miar, já que possuem a habilidade de imitar sons, cantar e até mesmo de falar.

O fato é que esses serezinhos tão pequenos são capazes de encher uma casa com muito amor. A começar por sua aparência fofa, com aquelas bochechas que parecem pintadas à mão e aquela crista que às vezes fica toda desarrumada, mas que diz muito sobre seu estado de espírito.

Por exemplo: se a crista da calopsita estiver para baixo, rente à cabeça, ela está tranquila e de ótimo humor. Mas se essa crista estiver alta, eriçada, ela não quer conversa, está estressada ou assustada. Melhor nem chegar perto.

É isso mesmo, essas avezinhas são donas de uma personalidade muito forte e se o tutor não souber lidar com isso, elas podem reinar absolutas fazendo o que bem entendem ou, simplesmente, se calam, ficam num canto sem interagir e, o que é pior, por conta disso, vivem bem menos.

Pensa num bichinho arretado!!!

Susanna Alwan com Patinha e Quindim. Foto /Arquivo pessoal

Direto da Austrália

As calopsitas não fazem parte da fauna brasileira. Elas vieram da Austrália e, como os cães e gatos, passaram por algumas mutações genéticas ficando bem menores do que as que vivem soltas na natureza. Também acabaram desenvolvendo outras cores, como amarelo claro e branca, lembrando que no seu habitat natural a cor cinza é a que mais predomina.

Se bem-cuidadas, essas aves vivem entre 10 e 20 anos e precisam ser treinadas para se manter dóceis, o que deve acontecer no primeiro ano de vida. E se você quiser que a sua calopsita viva por muito tempo, não corte as suas asas.

Além de poder fazer isso de forma errada e colocar a ave em sofrimento (causando hemorragias e dores), temos que lembrar que aves foram feitas para voar e precisam disso para fazer com que todos os seus órgãos e músculos funcionem bem.

Se todos os cuidados forem tomados, evitando rotas de fuga, as calopsitas podem perfeitamente andar livres pela casa e alçar pequenos voos quando sentirem necessidade, o que aumenta em muito a expectativa de vida das aves. Sem falar que, com as asas cortadas, a calopsita pode se arriscar num voo, cair e se machucar feio.

Gaiola para dormir e comer

Para quem quer uma calopsita de estimação, saiba que ela odeia ficar presa na gaiola. Esse lugar só serve de referencial para ela comer e dormir. E mesmo assim, nem pense em comprar uma gaiola redonda, porque esse tipo de gaiola –apesar de bonita– atrapalha a noção espacial da ave, deixando-a meio desorientada.

É logico que não dá pra ficar paparicando a bichinha o tempo todo, vendo se ela está roendo algum fio, se enfiando em algum lugar perigoso, ou mesmo ficar com a casa toda fechada para ela não escapar. Mas ela necessita ficar solta por algumas horas do dia ou da noite, e saiba que ela se acostuma rapidinho com a rotina de seus tutores, e sabe a hora de entrar na gaiola, sem qualquer estresse.

Duas curiosidades sobre as calopsitas: elas bocejam e podem ter pesadelos e terror noturno. Por serem uma das aves mais expressivas que existem, elas conseguem mostrar quando estão cansadas ou com preguiça através de bocejos (pensa numa coisinha linda de se ver…).

Jade bocejando. Foto / Facebook/Jade a calopsita amável

E quanto aos pesadelos, isso acontece por conta de sombras, barulhos e até mesmo insetos, que podem assustá-la enquanto dorme. Por isso mesmo a sua gaiola deve ficar num local bem tranquilo e limpo. Mas se ela estiver muito agitada, saiba que é só colocar uma música que se acalma na hora.

Outra coisa importante pra você saber: é muito difícil distinguir o macho da fêmea, principalmente quando ainda são bebês, portanto desconfie quando alguém te garantir que está te vendendo ou doando um casal.

As diferenças físicas externas são bastante discretas, mas podem ser uma alternativa para ajudar no reconhecimento do gênero. As plumagens de cor cinza dos machos costumam ser mais escuras do que as da fêmea. Eles também possuem tons de amarelo e vermelho mais intensos na região da face.

E para encerrar, saiba que a calopsita fêmea é extremamente exigente em relação ao seu parceiro. Ela pode levar anos até encontrar o parceiro ideal. Isso porque são aves monogâmicas, tendo o mesmo parceiro pelo resto da vida. E não se assuste se encontrar um ovo na gaiola mesmo que a sua calopsita seja sozinha. Essas aves podem ter seus hormônios estimulados e colocar ovos. Espere um pouco para tirá-los, caso contrário ela vai botar outro para substituí-los.

Eita bichinha linda, independente, cheia de personalidade e fofa, muito fofa, essa tal de calopsita. Já quero!

Há mais de 16 anos que minha mãe, a dona Zulmira Petri, tem uma calopsita. Não sabemos se é macho ou fêmea, mas para minha mãe ela é a Pitica. Tanto tempo juntas que a avezinha pensa que é um cachorro e se comporta tal e qual. Acompanha minha mãe por todos os cômodos da casa, inclusive quando ela vai tomar banho (até canta), e quando minha mãe pede para ela ir comer, obedece e vai para a gaiola. Pitica adora mandar beijos, muitos beijos, principalmente se ela estiver de bom humor. Caso contrário, corra… Foto / Arquivo pessoal

 

> Edna Petri é jornalista (MTb nº 13.654) há 39 anos e pós-graduada em Comunicação e Marketing. Mora na Vila Ema há 20 anos, ama os animais e adora falar sobre eles.