Corte na base dos galhos indica que a poda foi definitiva. Foto / SuperBairro

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Serviço executado “suprimiu” pelo menos metade dos galhos da árvore; Prefeitura e EDP Energia foram ouvidas

 

WAGNER MATHEUS

Chamou atenção o tamanho da poda executada em uma árvore na calçada da confluência entre as avenidas Heitor Villa-Lobos e Nove de Julho, no Jardim Apolo, região central. No sábado (10), galhos e folhas ainda estavam no local.

O corte dos galhos principais foi feito de forma radical, indicando que não irão mais crescer, o que significa que houve uma espécie de “supressão” de mais da metade da árvore.

Acionada pelo SuperBairro, a Secretaria de Manutenção da Cidade (SMC), da Prefeitura de São José dos Campos, negou que o serviço tivesse sido executado por ela. Em nota, a assessoria de imprensa respondeu que “as podas foram realizadas pela concessionária EDP para a liberação de fiação primária, a fim de evitar problemas na rede de transmissão de energia”. E concluiu: “A Secretaria de Manutenção da Cidade comunicou a concessionária para a retirada imediata dos galhos da calçada”.

Perguntada posteriormente sobre que avaliação a SMC faz da extensão da poda e se o serviço estaria de acordo com os padrões aceitos pela secretaria, a assessoria informou que “está na programação do Departamento de Concessionárias a vistoria neste local”. O departamento é uma diretoria da SMC que tem por missão estabelecer o relacionamento entre a Prefeitura e as diversas concessionárias de serviços públicos que atuam no município.

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EDP responde

Consultada, a assessoria de imprensa da EDP Energia respondeu que “a EDP está verificando o caso em questão e adotará medidas cabíveis conforme necessidade”. Acrescentou que “a companhia realiza o trabalho de poda apenas quando a vegetação tem impacto na rede da distribuidora, uma vez que a atividade (poda) caracterizada como limpeza urbana é de responsabilidade dos municípios”.

A EDP observou que “a arborização inadequada constitui um dos principais motivos de interrupção no fornecimento de energia em decorrência da interferência da vegetação nas redes de distribuição”.

A nota da assessoria concluiu dizendo que sua atuação nos serviços de poda “segue critérios da norma ABNT 16.246-1 e está alinhada com o Guia de Arborização Viária e Áreas Verdes Públicas, elaborado pela EDP, especialistas e secretarias de meio ambiente, com objetivo de minimizar interferências na rede elétrica, manter o equilíbrio com o meio ambiente local e, também, garantir a segurança da população”.

A nota não esclareceu outros questionamentos enviados por e-mail à EDP. (Veja as perguntas feitas pelo SuperBairro no final deste texto).

O SuperBairro irá aguardar os resultados das verificações da EDP e do Departamento de Concessionárias da SMC.

 

Perguntas do SuperBairro à EDP

1 – Qual é o nome técnico do serviço executado?

2 – O que determina a extensão do corte/poda executado?

3 – Qual foi a necessidade a atender? O objetivo é que os galhos cortados não voltem a crescer? É uma poda permanente?

4 – O serviço executado depende de aprovação da Prefeitura por meio do seu Departamento de Concessionárias? É ele (o departamento) quem define o tipo de poda ou a supressão a ser executado?

 

*Atualizado às 18h30 do dia 24/7/21 para a seguinte correção: no título e no primeiro parágrafo, o termo “chamar a atenção” estava errado, pois significa uma repreensão; o correto é “chamar atenção”, que tem sentido de ser visto, ser bastante notado.