Está nascendo um novo partido político no Brasil. Formado pela fusão do PSL (Partido Social Liberal) com o DEM (Democratas), o União Brasil deve ser sacramentado nesta quarta-feira (6), quando ambos realizarão Convenções simultâneas para aprovar a fusão.
O partido surge como uma opção de centro-direita para atrair políticos e eleitores de perfil conservador. Há quem o veja como uma “ressurreição” da velha Arena (Aliança Renovadora Nacional), que deu sustentação ao regime militar durante grande parte do período entre 1964 e 1985.
O PSL teria suas raízes na própria Arena e, depois, no PDS (Partido Democrático Social), que a sucedeu. Já o DEM é o nome que ganhou o PFL (Partido da Frente Liberal), surgido em 1985 de uma dissidência do PDS para apoiar a candidatura de Tancredo Neves (PMDB) e dar fim ao período militar.
Bancada joseense
Em São José dos Campos, o União vai surgir com dois vereadores, Júnior da Farmácia (PSL) e Marcão da Academia (DEM). A nova bancada só irá perder para o PSDB, que possui cinco vereadores, igualando-se a MDB, PL, PT e PTB, todos com dois vereadores.
Júnior da Farmácia, além de vereador, é o atual presidente municipal do PSL. Ele é alinhado ao deputado estadual Júnior Bozzella, presidente estadual do partido depois do rompimento nacional entre as correntes ligadas ao fundador do PSL, Luciano Bivar, e os apoiadores do presidente Bolsonaro. A corrente bolsonarista perdeu a disputa e, agora, só espera o seu líder definir por qual partido irá concorrer à reeleição para iniciar uma debandada.
O PSL detém hoje a maior bancada na Câmara Federal, com 53 deputados –mesmo número do PT–, enquanto o DEM conta com 28. Porém, a soma de 81 deputados deve ser alterada com a fusão. “Em um primeiro momento poderemos perder até 40 deputados, mas novos nomes vão chegar para recompor a bancada”, prevê Júnior.
Segundo ele, “a ideia é criarmos uma oportunidade de terceira via no Brasil”. Júnior ainda vê como atrativos do União Brasil uma maior participação no fundo eleitoral e maior tempo de TV nas campanhas.
No plano municipal, o vereador prevê uma “costura bem amigável” com seu colega Marcão da Academia para a definição do comando do novo partido. E acha que a bancada na Câmara não irá se limitar a eles dois: “temos tido várias conversas e é bem possível que a bancada ganhe novos nomes”, adiantou.
Júnior também lembrou que é grande a possibilidade de o novo partido apoiar a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin ao Governo do Estado em 2022. “O PSL era uma das opções para ele concorrer, então a possibilidade existe”, disse.
A coluna Política & Políticos fez cinco contatos por celular e enviou mensagem de WhatsApp com perguntas sobre a fusão para o vereador Marcão, porém ele não foi localizado.
PONTO A PONTO
Fracasso nas ruas
Como já se previa, a manifestação pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), deu em quase nada. Pior que isso: foi um retrocesso em uma possível união dos partidos não bolsonaristas visando a eleição de 2022.
A tentativa de aproximação, que nos gabinetes é movida a cafezinhos, quando chega às ruas, ganha a participação de militantes, torcedores e até de simples agitadores. E o resultado não foi bom: vaias da esquerda à participação do PSDB, PDT e PSB, com direito a tentativa de agressão a Ciro Gomes (PDT).
Terminada a manifestação, o quadro permaneceu inalterado e com direito a dois vencedores: Lula comemorando o fato de continuar sendo o candidato que pode bater Bolsonaro e, melhor ainda, sem a ajuda dos demais partidos. E o presidente, que vê esfriar o clima pró impeachment e ainda manter o discurso antilula e anticomunismo para continuar polarizando a disputa em 2022.
Saúde e Educação em debate
Nesta segunda (4) e terça-feira (5), o Parque Tecnológico será palco de um evento com transmissão pela Internet e a presença de convidados importantes que irão discutir os desafios da Saúde e da Educação no Brasil.
O congresso, batizado de Ideias & Debates, que está em sua quarta edição, é uma realização da rádio Jovem Pan de São José dos Campos. A transmissão será feita pelo site www.ideiasedebates.com.br entre 8h e 18h. Veja se as inscrições ainda estão abertas.
Ne segunda-feira, dois médicos debatem a Saúde, o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn e o presidente do Conselho da Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein, Cláudio Lottenberg. Na terça-feira, falam de Educação o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, e o assessor executivo da Rede de Escolas Associadas da Unesco no Brasil, Paulo de Camargo.
Por uma cidade melhor
Com a pandemia de covid-19 quase sob controle, graças ao avanço da vacinação em todo o país, a vida vai começando a voltar ao normal. No último sábado (2), a administradora Elena Tateishi publicou a foto acima em suas redes sociais, mostrando um grupo que havia acabado de realizar a limpeza e conservação da praça Torii, no Jardim Aquarius (região oeste).
Segundo Elena, que foi candidata a vereadora pelo PSDB em 2020, o trabalho na praça é realizado pela colônia japonesa, através dos seus clubes, desde a inauguração da praça e do monumento Torii.
“Sempre fizemos no primeiro sábado do mês, mas tivemos que paralisar essa atividade em março do ano passado e, desde julho, estamos voltando aos poucos”, explica Elena. “Hoje, o grupo conta com voluntários de fora da colônia, são moradores próximos que também querem ajudar.”
A conservação da praça é vista pelos voluntários como um complemento à manutenção que a Prefeitura já realiza. A poda de arbustos no formato de bonsai, por exemplo, é feita por um voluntário especializado. O grupo planeja, em breve, restaurar um pequeno monumento de madeira que simboliza uma espécie de oratório.
Elena afirma que existem pessoas em outras regiões da cidade que também se dedicam à conservação de praças e áreas públicas em seus bairros. E diz que há espaço para pessoas físicas, além das jurídicas, ajudarem na conservação dessas áreas. “Basta entrar em contato com a Prefeitura e participar do programa Adote uma Praça”, sugere. “O caminho existe, é só querer.”
1, 2, 3…
E depois dos 70?
A secretária municipal de Saúde, Margarete Correia, falou à coluna Política & Políticos sobre o combate à pandemia de covid-19 após o município superar a marca de 70% de pessoas vacinadas com duas doses ou com a dose única.
[1] São José dos Campos já superou 70% da população vacinada com a segunda dose de AstraZeneca e CoronaVac ou a dose única da Pfizer. Tecnicamente, essa cobertura, em um país, é considerada suficiente para que se atinja a chamada imunidade de rebanho. E em um município, também é possível se falar em imunidade?
O conceito de imunidade coletiva ou de rebanho tem sido adotado para falar de diferentes assuntos. Em geral, ele é utilizado para explicar a proteção indireta contra uma infecção, que é obtida por pessoas suscetíveis de uma população quando há uma taxa elevada de pessoas não suscetíveis, que são imunes à infecção, seja por vacinação ou por terem sido infectadas antes.
Sobre imunidade de rebanho, apenas o tempo vai dizer se conseguiremos atingir esse ponto. Isso depende de vários fatores, como se o vírus irá se manter estável. Com essas novas variantes da covid-19 surgindo, a imunidade de rebanho fica cada vez mais distante e, talvez, até inatingível. Se antes estimava-se que 70% da população total deveria estar imunizada para que a pandemia acabasse, hoje essa porcentagem é maior, segundo estudos de especialistas.
[2] Como estão as taxas de cura, internação e mortalidade em relação ao início da pandemia?
Atualmente, aproximadamente 89 mil pessoas já estão recuperadas da doença. [No momento], 50 permanecem internadas com suspeita ou confirmação e, infelizmente, mais de 1.900 evoluíram a óbito. Ainda assim, observou-se uma diminuição expressiva do número de óbitos na cidade. Em março, São José registrou 160 óbitos. Seis meses depois, em setembro, 26. Resultado da ampliação da campanha de vacinação contra a doença na cidade.
[3] O contágio continua ocorrendo em que escala em comparação ao período anterior da vacinação em massa? Como a vacinação afeta as taxas de transmissão do vírus?
Anteriormente ao início da vacinação em massa, ainda no mês de janeiro de 2021, o número de casos semanais variou entre 3.835 (semana 1) e 2.094 (semana 4). Após oito meses de campanha de vacinação, o número de casos semanais variou de 741 (semana 1) a 554 (semana 4) no mês de agosto, o que pode indicar o efeito da vacinação aliado às demais medidas de prevenção à infecção pelo sars-cov-2.
TOQUE FINAL
Humor & Política
–– Mãe, a professora disse que devemos construir uma sociedade livre, justa e solidária. Ela disse que a gente precisa lutar para reduzir as desigualdades sociais, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade…
–– Ai, meu Deus. Sua professora é comunista!
–– Não, mãe. Esse é o artigo 3º da Constituição da República Federativa do Brasil.