Chegamos ao 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida (a quem rezo diariamente e que me aguarda para uma visita a Aparecida) e das Crianças.
Vamos às crianças. Brinquedo de presente, na minha época, só no aniversário e Natal. Dia da Criança não existia, pelo menos não me lembro. Ótimo para o comércio, que hoje tem umas das melhores datas para vendas.
Minha infância foi ótima. Morávamos no centro, com um quintal enorme, muitas árvores e uma jabuticabeira que escalávamos com facilidade. Tudo era ali, do esconde-esconde às primeiras pedaladas na enorme bicicleta Phillips da tia Hilda.
Com mais confiança e uma Caloi Berlineta que ganhei no Natal, comecei a arriscar pedalar na calçada. Eu e meu irmão mais novo (com sua Monark Tigrão) desbravamos as ruas do centro: da Francisco Paes, onde morávamos, Floriano Peixoto, Praça do Sapo, Rubião Júnior até a Vilaça.
Outra diversão era brincar nos terrenos onde depois foram construídas a Lojas Americanas e o edifício San Marco, na avenida São José. Explodíamos bombinhas de mil embaixo de latinhas de massa de tomate. Aquilo subia que nem foguete! Video game, nem em sonho.
Em 1973, a Americanas foi inaugurada. Era nosso passeio diário. A loja ficava cheia de estudantes do Olavo Bilac, com seus uniformes cinza e bordô. Nas prateleiras, brinquedos, quinquilharias, presentes, aviões e barcos da Revell. Ficávamos babando. Depois, uma passadinha na lanchonete para um sanduíche Club Lasa e um sundae de chocolate. A pizza em pedaços e o cachorro-quente também eram inesquecíveis.
Depois, veio a adolescência. Mas aí, fica para a próxima coluna.
> Henrique Macedo é jornalista (MTb nº 29.028) e músico. Mora há 40 anos na Vila Ema.