Residência Olivo Gomes: um dos bens que passam a receber proteção definitiva do Iphan. Foto / Claudio Vieira/PMSJC

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Instituto aprova tombamento e tecelagem e fazenda ganham proteção definitiva como patrimônio cultural brasileiro

 

DA REDAÇÃO

Após a reunião do seu Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, realizada na manhã desta quarta-feira (10), o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), definiu que o conjunto que compõe a Tecelagem Parahyba e a Fazenda Sant’Ana do Rio Abaixo, na região norte de São José dos Campos, passará a integrar definitivamente o patrimônio cultural brasileiro.

O conjunto havia sido tombado provisoriamente e, agora, recebe a proteção em caráter permanente. Após o tombamento, todas as intervenções nas edificações terão de ser autorizadas pelo Instituto, que é vinculado ao Ministério do Turismo.

Patrimônio reconhecido

A Tecelagem Parahyba foi a primeira indústria têxtil instalada no município, em 1925, para produzir mantas e cobertores. O antigo complexo industrial abriga um conjunto de construções modernistas com trabalhos do escritório do arquiteto Rino Levi, que projetou a residência da família do empresário Olivo Gomes, proprietário da empresa.

A área, que hoje integra o Parque Roberto Burle Marx, conhecido como Parque da Cidade, conta com jardins e painéis criados pelo paisagista e arquiteto de renome internacional. O conjunto remete à Semana de Arte Moderna de 1922 e aos movimentos culturais da época, que valorizavam o sentido nacional e popular da cultura.

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Tombamento protege

O tombamento protege o patrimônio original da Tecelagem Parahyba e da Fazenda Sant’Ana do Rio Abaixo. De acordo com o decreto-lei nº 25 de 1937, que criou o Iphan, os bens tombados não podem ser “destruídos, demolidos ou mutilados”. Intervenções como reparações, pinturas ou restauros devem receber autorização prévia do instituto. Sem autorização, não poderão ser erguidas construções que prejudiquem a visibilidade do bem tombado, assim como cartazes ou anúncios.

Ainda segundo o decreto, são considerados “patrimônio cultural do Brasil” os bens cuja conservação seja de interesse público por estarem vinculados a fatos históricos, ou por seu valor arqueológico, etnográfico, bibliográfico ou artístico.

Prefeito comenta

No final da tarde o prefeito Felicio Ramuth (PSDB) comentou o tombamento em suas redes sociais. “A partir de hoje, nossa cidade também será conhecida por possuir um monumento do patrimônio histórico e cultural brasileiro”, disse. “Agora, nossa missão é valorizar esse importante patrimônio e ocupar a área de forma sustentável, dentro do que preconiza o tombamento recém-conquistado.”

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