Restauração do Pavilhão Marina Crespi foi entregue no sábado. Foto / Claudio Vieira/PMSJC

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Prédio que abrigava mulheres passará a funcionar como centro de documentação musical e sala de leitura

 

DA REDAÇÃO

No último sábado (30), o Parque Vicentina Aranha, erguido na Vila Adyana, na região central de São José dos Campos, teve mais um prédio do seu conjunto arquitetônico restaurado. Desta vez foi o Pavilhão Marina Crespi, que abrigava pacientes do sexo feminino, portadoras de tuberculose, que podiam pagar pelo tratamento.

A entrega da obra marcou os 98 anos de fundação do sanatório, inaugurado em 27 de abril de 1924, sendo o primeiro da fase sanatorial a ser construído na cidade. O projeto do conjunto é do arquiteto Ramos de Azevedo.

O espaço restaurado irá abrigar o Centro de Documentação Musical, que terá salas com os nomes de dois fundadores do Clube do Choro Pixinguinha –o saxofonista e maestro José Antônio Cunha e o bandolinista Jorge Israel– e o da violinista Yolanda Borghoff, que presidiu a Fundação Cultural Cassiano Ricardo no final da década de 1990. No mesmo pavilhão, foi reinaugurada uma sala de leitura.

A condessa Marina Regoli Crespi, dama da sociedade paulistana que deu nome ao pavilhão, atuava em atividades beneficentes e de auxílio financeiro a instituições de caridade. Ela integrou a comissão que conseguiu recursos para o início da construção do sanatório.

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Tombamento e parque

Considerado o maior hospital de tratamento da tuberculose da América Latina, o Vicentina Aranha –que pertencia à Santa Casa de Misericórdia de São Paulo–, perdeu importância entre as décadas de 50 e 60, quando foram desenvolvidos medicamentos eficazes e as internações foram substituídas por tratamento ambulatorial.

Em 1980, o Vicentina passou a funcionar como hospital geriátrico, cujas atividades foram encerradas em 2003. Desde 1996, pela lei municipal nº 4928/96, o patrimônio já havia sido tombado pelo Comphac –Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural. Em 2001, o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) promoveu o tombamento em nível estadual.

Em dezembro de 2006, a Prefeitura de São José dos Campos, na gestão do prefeito Eduardo Cury (PSDB), assinou a desapropriação amigável do local, pelo valor de R$ 22 milhões. A partir de 27 de julho de 2007 foi criado o atual parque público, em uma área total de 43,8 mil metros quadrados, que passou a ser utilizada para a prática de atividades físicas, culturais e de lazer.

O Vicentina Aranha é gerido pela Afac –Organização Social de Cultura–, e mantido pela Prefeitura com apoio vindo de empresas da comunidade.

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> Correção publicada às 18h30 do dia 6/5/22. Diferentemente do que o SuperBairro publicou, o pavilhão restaurado foi construído para abrigar pacientes do sexo feminino que podiam pagar pelo tratamento. Também foi substituída a foto que acompanha o texto.