Omar Sy interpreta um imigrante do Senegal vivendo em Paris, mas o filme também faz referências ao Brasil. Foto / Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

‘Samba’ – Sambá

Com esse título, até poderia ser um filme sobre o ritmo brasileiro, mas os criadores do excelente “Intocáveis” (maior bilheteria da França em 2011) nos apresentam um filme sobre a situação dos milhões de imigrantes em Paris. “Samba” (Omar Sy: “Intocáveis”, “Chocolate”. Protagonista da série “Lupin”) é o nome de batismo de um senegalês – Sambá– que vive na capital francesa há uma década, realizando diferentes trabalhos, muitos dos quais insalubres e perigosos; seu sonho, entretanto, é se tornar um chef de cozinha e proporcionar melhores condições de vida para a mãe, que ficou no Senegal e para quem envia dinheiro periodicamente.

Num dos momentos em que é flagrado pelo serviço de Imigração, tem início o processo de legalização de Samba e ali ele conhece Alice (Charlotte Gainsbourg: “Norman: Confie em Mim”, “A Noiva Perfeita”), uma executiva realizando trabalho voluntário numa ONG, como parte do tratamento de recuperação de colapso nervoso por burnout (estafa).

Insegura e atrapalhada, ela é advertida pela colega Manu (Izïa Higelin: “Rodin”, “A Revolução em Paris”) a não se deixar envolver pelos imigrantes nem lhes fornecer seu telefone pessoal –o que obviamente não acontece.

Os diretores conseguem dar leveza ao filme com a presença de Wilson (Tahar Rahim: “Maria Madalena”, “O Príncipe do Deserto”), jovem que se faz passar por imigrante brasileiro e acaba se envolvendo com Manu. Sem grande apelação emocional, o filme expõe a situação dos imigrantes, que já representam cerca de 12% da população da França. Bons atores, boa direção, algumas músicas brasileiras… só falta a sua bacia de pipoca! Disponível na Netflix.

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Série

‘Colateral’

Londres serve de pano de fundo para esta boa série Netflix. A trama nos traz, inicialmente, a investigação do que parece apenas um homicídio (um motoboy é assassinado a sangue frio logo após a entrega de uma pizza), entretanto, dele começam a emergir temas como a máfia da imigração ilegal, tráfico de drogas, a violência contra a mulher, dentre outros crimes.

A protagonista de “Collateral” é Kip Glaspie (Carey Mulligan: “A Escavação”, “Drive”, “Educação”), uma ex-atleta que se torna detetive e não permite que seu estado de gestante impeça o trabalho diuturno em busca do criminoso.

Outras peças interessantes movem esse jogo: Karen Mars (Billie Pipper: “Evita”, “Apenas Nós”), que é cliente habitual da pizzaria e problemática ex-mulher do político de oposição David (John Simm: “Todos os Dias”, “A Festa Nunca Termina”) e Fátima (Ahd Kamel: “O Sonho de Wadjda”, “Honour”), muçulmana, imigrante ilegal e irmã da vítima fatal.

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> Tila Pinski é jornalista (MTb 13.418/SP), redatora e revisora de textos, coordenadora editorial e roteirista. Cinéfila, reside há dez anos na Vila Ema.

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