Foto / Reprodução/Facebook

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

…estão por onde passo –às vezes em descompasso– a enfeitar cada recorte desta São José dos Campos de prazeres e deveres. Mesmo à sombra indesejada do concreto frio e colossal, vejo-o irromper airoso, no canteiro do asfalto quente e silente…

…encontro-os no meu vagar. O que se apõe no caminho deste andejo, na praça ou no passeio, não se opõe a que eu passe. Sigo adiante sobre um tapete de cor viva e sob uma copa arfante, feita por instante morada de insetos, pássaros, e do meu olhar deslumbrado. Ali gigantes, três de uma vez! lado a lado…

…no campo, o solitário é exibido. Não é? Pois tente ignorá-lo da janela do carro, desinteressado ou apressado, viajante para lugar nenhum, ou só de passagem. Olhe no alto do morro. Lá está ele! Único, exuberante, de se admirar –na ressequida paisagem…

…do meu lado, conto um tanto. Como o vizinho do cartório de notas, de cujas janelas a beleza se nota. Ou da ciliar, das borbulhas do Senhorinha a cuidar, no oratório da natureza –como um santo, de majestade e encanto…

…fascinante e altivo lá fora, sob o olhar pensativo de –quem sabe!– um arrependido prisioneiro. Palavras. Brinquedos que José Fortuna fez virar poema, e diferentes vozes teceram sucesso do nosso cancioneiro…

…aqui dentro as noites não têm mais aurora. Quanta claridade tem você lá fora, canta no rádio a música raiz pura. A falar de drama, sofrimento e luz, muita luz –de que carece a espécie para se encher de formosura…

…de dezembro a junho cruzo com eles por aí, mas nem noto. Período em que na natureza são coadjuvantes. Das folhas se despem de junho em diante. E com alegre roupagem protagonizam um show de flores em funil. Roxas, rosas, amarelas e, por fim, brancas; uma pintura sob o céu anil…

… que à beira do asfalto tortuoso, a pequena cidade por chegar, um certo João quis plantar, para com seu buquê o visitante afagar. Que o qualquer não se ofenda. Não fosse tanto embaraço e lamento, o mandante de então teria conseguido realizar o intento –e virado lenda.

Amarelou em Sanja!, escreveu aqui outro dia o colega jornalista Francisco Pereira, encimando linda foto de um ipê-amarelo que fotografou por aí. Mas já roxeou, roseou, e vai branquejar. Que ninguém perca por esperar!

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Carlos José Bueno é jornalista profissional (MTb nº 12.537). Aposentado e no ócio, brinca. Com os netos e as palavras.

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