Assembleia na quarta-feira decidiu pelo retorno ao trabalho após o cancelamento das demissões. Foto / Cristiane Cunha/Sindicato Metalúrgicos SJC

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

A decisão de encerrar a greve foi tomada em assembleia na quarta-feira; no mesmo dia, as fábricas de São José, São Caetano e Guarulhos voltaram a funcionar

 

DA REDAÇÃO

Os metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes suspenderam a greve e retornaram ao trabalho na quarta-feira (8), depois de 17 dias de paralisação. As negociações entre a montadora e os sindicatos chegaram a uma proposta de acordo, que foi aprovada em assembleia.

O acordo condiciona a suspensão da paralisação ao pagamento dos dias parados para todos na fábrica e licença remunerada para quem havia sido demitido. Também foi aprovado aviso permanente de greve, ou seja, caso a empresa não cumpra o acordo aprovado, a paralisação será retomada.

Segundo o sindicato de São José, nas reuniões ocorridas na segunda-feira (6) e terça-feira (7) a insistência da montadora em descontar os dias parados travou o avanço das negociações, até que se chegou à proposta apresentada na assembleia.

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O sindicato também informou que as negociações continuarão nos próximos dias em busca de alternativas que evitem futuras demissões. Uma comissão de sete trabalhadores foi formada e aprovada em assembleia para acompanhar as reuniões.

A GM já havia se comprometido a cancelar as 1.244 demissões nas três fábricas, obedecendo a uma determinação judicial, mas descontou os dias parados durante a greve e insistia em cancelar o acordo de layoff que estabelece estabilidade no emprego para todos da fábrica de São José dos Campos até maio de 2024.

O cancelamento das demissões foi determinado, por meio de liminar, pelos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT da 2ª e 15ª) e pelo Tribunal Superior do Trabalho. Uma audiência de conciliação estava prevista para quarta-feira (8) no TRT, mas foi cancelada em razão do acordo aprovado na assembleia.

A mobilização contra as demissões envolveu os cerca de 12 mil trabalhadores da GM no estado de São Paulo, levando à paralisação de 100% da produção de veículos nessas fábricas.

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