Cobertura vacinal contra febre amarela no país está abaixo do recomendado. Foto / Flavia Villela/Agência Brasil

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Ministério recomenda agilidade na comunicação e vacinação onde existem casos da doença, e diz que a febre amarela é facilmente evitável com imunização

 

DA REDAÇÃO*

Após o registro de um novo caso de febre amarela na região de divisa entre São Paulo e Minas Gerais, que resultou na morte do paciente, o Ministério da Saúde emitiu alerta pedindo que estados e municípios comuniquem casos suspeitos da doença com a maior agilidade possível, sobretudo em áreas onde há transmissão ativa do vírus.

Em nota, a pasta destacou que a agilidade é importante para que futuros surtos de febre amarela no país sejam evitados e para que ações de resposta sejam prontamente executadas caso haja necessidade.

O comunicado ressalta que a doença é facilmente evitável por meio de vacina, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para todas as idades. A cobertura vacinal contra a febre amarela no Brasil, entretanto, está abaixo do recomendado.

Casos

Nos últimos seis meses, quatro casos foram registrados no país: um em Roraima, um no Amazonas e dois em São Paulo. Desse total, três pacientes morreram. Os dois casos mais recentes foram identificados em um homem de 50 anos, morador da região entre Águas de Lindóia (SP) e Monte Sião (MG), que morreu. O outro paciente, de 28 anos, do município de Serra Grande (PB), já está curado.

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Áreas endêmicas

De acordo com o ministério, a febre amarela é classificada como endêmica apenas na região amazônica, mas de tempos em tempos o vírus reaparece em outras áreas. A maior parte dos casos ocorre entre dezembro e maio.

“Surtos ocorrem quando o vírus encontra condições favoráveis para a transmissão, como altas temperaturas, baixas coberturas vacinais e alta densidade de vetores e hospedeiros”, destacou a pasta.

A partir de 2014, o vírus reemergiu na região Centro-Oeste e, nos anos seguintes, se espalhou para as demais regiões do país. Entre 2014 e 2023 foram registrados 2.304 casos de febre amarela em humanos e 790 mortes pela doença.

Recomendações

Entre as recomendações do ministério estão o alerta para que equipes de vigilância e de imunização intensifiquem as ações nas áreas afetadas, com ampliação para municípios vizinhos; a notificação do adoecimento ou morte de macacos; e a atenção a sintomas de febre leve e moderada em pessoas não vacinadas.

A pasta recomenda ainda que seja utilizada a estratégia da busca ativa de pessoas não vacinadas nas regiões de ocorrência de casos. Na última sexta-feira, 150 mil doses extras da vacina contra febre amarela foram disponibilizadas ao estado de São Paulo.

“Também foi feita a recomendação para o livre acesso à vacina nas unidades de saúde, sem a necessidade de agendamento prévio”, informou a nota. “Em mensagem enviada aos estados e municípios, o Ministério da Saúde também coloca à disposição equipes de apoio a investigação epidemiológica dos casos.”

 

*Com informações da Agência Brasil.

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