Foto / Maria D'Arc Hoyer/Montagem com Canvas

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Na esteira de grandes mudanças que têm ocorrido no mundo e na minha vida este ano, eu comecei a me interessar pelo assunto “minimalismo”. Afinal, trancada dentro de casa por tanto tempo é quase impossível não olhar com mais atenção para todas as tralhas que ajuntamos dia após dia, sem refletir por que ou pra quê.

Excessos de coisas que tomam nosso tempo para limpar e organizar e que nos distraem do que realmente importa em nossa existência.

Vamos ao shopping curtir um cinema, mas a banca de promoção nos chama à porta da loja e a gente sai de lá com uma blusinha nova que custou uma pechincha, embora não combine com nada que temos no guarda-roupa.

Corremos o dedo pelo feed da rede social e a bolsa de cor vibrante se torna uma necessidade de prazer imediato, mesmo que tenhamos uma dúzia de modelos na prateleira de cima do armário.

Uma para cada ocasião e traje; algumas delas nem lembramos que existiam, pois não usamos há vários anos. E nem vamos falar da quinquilharia que juntamos nas gavetas da cozinha e que dão um trabalho danado na hora de fazer a faxina geral.

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Enfim, você entendeu do que estamos falando. Temos muito mais coisas guardadas pelos armários e espalhadas pela casa do que realmente precisamos. Somos envolvidos e sugados sem dó pela cultura do consumismo. É tão mais fácil se entregar do que resistir, não é mesmo?

Matutando sobre isso, lá fui eu atrás de pessoas que estivessem com a mesma preocupação e descobri essa corrente do minimalismo. Há alguns meses, leio artigos sobre o tema e acompanho as redes sociais de algumas pessoas dedicadas ao assunto para pegar dicas e tenho achado muito legal, entre outras coisas que o tema propõe, repensar o consumo e como isso consome nosso bem mais precioso: o tempo.

Mas não vou enganar vocês, não é fácil desapegar, por exemplo, de um par de brincos artesanal comprado na viagem de férias há cinco anos e que fazia todo sentido naquele momento, mas agora só ocupa espaço, coitado. E aquela camisa estampada que o parceirão de vida usou na festa havaiana dois anos atrás? Claro, objetos guardam boas lembranças, mas a fotografia está aí pra isso.

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Coragem, let go, deixa ir e abre espaço para o que vai chegar.

Aproveita que essa vibe de fim de ano é propícia para descartar excessos da casa e deixar tudo mais leve para receber a decoração de Natal. Certeza que você tem uma amiga, amigo ou conhecido que é voluntário em alguma obra social que promove bazar da pechincha ou faz doações para famílias carentes. Ou seja, sua casa vai ficar mais organizada e o que antes era excesso pra você, vai ser tornar o necessário de alguém.

Algumas entidades vão até mesmo retirar a doação em sua casa. Ou seja, falta de tempo para levar também não é desculpa. Fico por aqui, e desejo um mês de dezembro livre, leve e solto para você que vai encher as sacolas de doações.

 

> Maria D’Arc Hoyer é jornalista (MTb nº 23.310) há 28 anos, pós-graduada em Comunicação Empresarial. Mora na região sudeste de São José dos Campos. É autora do blog recortesurbanos.com.br.

 

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