Porto de Santos: maior corredor de exportação de produtos brasileiros. Foto / Porto de Santos/Reprodução

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Safra de grãos compensou queda no valor das exportações de ferro; saldo é o segundo maior da história do país para o período de janeiro a outubro

 

DA AGÊNCIA BRASIL*

O bom desempenho da safra de grãos e a recuperação das exportações de carne fizeram o superávit da balança comercial brasileira dobrar em outubro. No mês passado, o país exportou US$ 3,921 bilhões a mais do que importou –alta de 90% em relação ao registrado em outubro do ano passado, de US$ 2,064 bilhões. Esse é o terceiro melhor resultado para o mês, só perdendo para outubro de 2020 e de 2018.

De janeiro a outubro, a balança comercial acumula superávit de US$ 51,64 bilhões. Isso representa 11,7% a menos que o registrado nos mesmos meses do ano passado. Apesar do recuo, o saldo é o segundo melhor da história para o período, perdendo apenas para os dez primeiros meses de 2021, quando o superávit fechou em US$ 58,504 bilhões.

A valorização dos preços das mercadorias vendidas para o exterior poderia ser maior não fosse a queda do minério de ferro, cuja cotação caiu 33,9% no mesmo período, e por produtos semiacabados de ferro ou de aço, cujo preço recuou 26% por causa dos “lockdown” na China que reduziram a demanda internacional.

Nas importações, a quantidade comprada subiu 6,7%, refletindo a recuperação da economia, mas os preços médios aumentaram em ritmo mais intenso: 11,1%. A alta dos preços foi puxada principalmente por adubos, fertilizantes, petróleo, carvão mineral e trigo, itens que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

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Estimativa do ano

Em outubro, o governo reduziu para US$ 55,4 bilhões a estimativa de superávit comercial neste ano. Apesar da queda na estimativa, esse valor garantiria o segundo maior superávit comercial da série histórica. O saldo seria menor apenas que o superávit de US$ 61,407 bilhões observado no ano passado.

As estimativas oficiais são atualizadas a cada três meses. As previsões estão mais pessimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 58,6 bilhões neste ano.

 

*Com edição do SuperBairro.

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