Prefeitura estimou que cerca de 70 mil pessoas foram afetadas pela paralisação do sistema durante quatro horas nesta terça-feira
DA REDAÇÃO
O início da manhã desta terça-feira (4) em São José dos Campos foi caótico. Das 4h às 8h, um bloqueio comandado pelo Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba impediu a saída dos ônibus de três garagens de empresas que operam o transporte coletivo na cidade.
A decisão de impedir a circulação dos ônibus partiu de uma assembleia da categoria iniciada por volta das 3h30 da madrugada. Segundo o sindicato, “a principal questão debatida nas assembleias é a manobra da prefeitura para precarizar as condições de trabalho na categoria”.
Segundo publicou em seu site, “a contratação de ‘operadores de transporte’ para atuarem na função de cobradores(as), com salário menor que o piso, é uma manobra do poder público para atacar duramente direitos conquistados e ainda abrir brechas para o fim do cargo de cobrador(a) em SJC”.
O sindicato declarou ainda que, “após as assembleias, a Secretaria de Mobilidade Urbana enfim respondeu ao ofício protocolado pelo sindicato no dia 27 de junho, informando a suspensão das contratações dos operadores de transporte e agendou uma reunião para tratar da questão”. Após liberar as garagens, a entidade prometeu novas paralisações caso suas reivindicações não sejam atendidas.
‘Ação irresponsável’
A prefeitura calculou que 70 mil usuários do transporte foram atingidos pela paralisação e informou que irá acionar o Sindicato dos Condutores na Justiça. Em live nas redes sociais, o prefeito Anderson Farias (PSD) atacou o bloqueio, dizendo que a prefeitura foi surpreendida por “uma ação irresponsável do sindicato dos condutores”, criticando o fato de “não terem feito nenhum aviso prévio, não permitindo que ao menos um percentual mínimo dos veículos pudesse sair e atender a nossa população”.
Anderson ainda acusou o sindicato de ser “um partido político” e agir “descumprindo qualquer lei, não cumprindo nenhuma decisão judicial”. Concluiu dizendo: “Falam que é uma assembleia, mas não é […], trazem pessoas de fora para poder bloquear as garagens e tudo o que eles querem é confronto, mais isso eles não terão”.