Bolsonaro e Tarcísio: testando o palanque em SJC. Foto / José Cruz/Agência Brasil

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Prepare-se. Tem clima de campanha eleitoral no ar. Nesta sexta-feira (4), São José dos Campos irá receber ninguém menos que o presidente Jair Bolsonaro (PL) para o ato de comemoração da nova concessão da rodovia Presidente Dutra.

É adequado falar em comemoração e campanha eleitoral, já que a concessão está vigorando oficialmente desde terça-feira (1º). O contrato com a CCR RioSP (novo nome da CCR Nova Dutra), vencedora do leilão, irá vigorar pelos próximos 30 anos. Além da Dutra, também vai abranger a rodovia Rio–Santos no trecho entre Ubatuba (SP) e a cidade do Rio de Janeiro.

Porém, o que se comenta é que Bolsonaro irá aproveitar a solenidade para lançar a pré-candidatura do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ao governo do estado de São Paulo. É esperada uma turma de prefeitos, deputados estaduais e federais, pré-candidatos, parentes de pré-candidatos, todos dividindo espaço com os militantes e simpatizantes de Bolsonaro.

Uma das presenças mais animadas será, com certeza, a da deputada estadual Leticia Aguiar (PSC), que além de estar no seu “terreno”, tem aproveitado todas as oportunidades que surgem para se colocar ao lado do presidente. Ou seja, mais um pouco de gás na sua candidatura à reeleição.

A concentração será realizada a partir das 10h30 na área de eventos do Vale Fest, na altura do Km 156 da Via Dutra.

R$ 15 bi em investimentos

Apesar do ato com fins eleitorais, a nova concessão é um bom motivo para comemorações. Intitulado o maior leilão rodoviário da história do país, representa investimentos de R$ 15 bilhões nas duas rodovias (316 quilômetros da Dutra e 270 da Rio–Santos).

Do “pacote de bondades” do novo contrato, constam redução no valor do pedágio e gratuidade para a passagem de motocicletas.

Um governador ‘joseense’?

Parece que o destino está rondando São José dos Campos. Será que  os “deuses” querem que o próximo governador de São Paulo seja um “joseense”? Explica-se: poderemos ter, em outubro, o paulistano Felicio Ramuth (PSD) e o carioca Tarcísio de Freitas (ainda sem partido) tendo a cidade como domicílio eleitoral.

O domicílio de Felicio está amplamente explicado pelos quase 30 anos de moradia na cidade e de atuação na política local.

Quanto a Tarcísio de Freitas, será interessante saber por que o ministro, carioca e militar da reserva, resolveu escolher São José dos Campos como domicílio eleitoral. Mora aqui? Já morou aqui? Tem parentes? A cidade fica a meio caminho entre São Paulo e o Rio? Talvez o ministro esclareça o mistério.

De qualquer forma, a melhor explicação de todas é a de que todo candidato é obrigado a ter domicílio eleitoral na cidade ou estado em que vai concorrer. Portanto, teria que escolher um dos 641 municípios paulistas.

As chances de Tarcísio

Tarcísio: gestor, político ou os dois? Foto / Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Visto como uma invenção de Bolsonaro na falta de um bom nome para disputar o governo de São Paulo e para lhe dar um palanque razoável em um estado que pode ser decisivo para eleger o presidente da República, Tarcísio de Freitas começa a ser levado muito a sério.

Sua pontuação nas pesquisas já é considerada acima da média para um candidato “forasteiro” e sem experiência na política. A última pesquisa do Datafolha, realizada em dezembro do ano passado, lhe deu 9% das intenções de voto. Pesquisas mais recentes de outros institutos chegam a colocá-lo com dois dígitos de preferência.

Só falta saber como será o jogo de cintura e o carisma de Tarcísio como político, já que toda a sua “fama” se deve à atuação como ministro da Infraestrutura, um gestor. E também, é claro, à indicação como um parceiro de Bolsonaro.

De qualquer forma, pode-se dizer que, representando o bolsonarismo na campanha eleitoral paulista, Tarcísio está no jogo e pode surpreender.

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NA CÂMARA

Cadê o dinheiro?

O foco mais recente da vereadora Juliana Fraga (PT) têm sido os servidores municipais, que são cerca de 14 mil, somadas a administração direta, autarquias e fundações. Na semana passada, ela apresentou um pedido de informações sobre as razões da a Prefeitura, segundo a vereadora, não ter repassado R$ 192 milhões ao Instituto de Previdência do Servidor Municipal (IPSM) em 2021.

Você ficou curioso? Todos nós ficamos e talvez continuemos. Até porque a bancada de apoio ao prefeito rejeitou o requerimento.

Juliana também está atuando na questão do pagamento do gatilho salarial aos servidores, assim como na nova reforma da previdência municipal que vem por aí.

“Ilhabela, Bragança Paulista e Jacareí são algumas das cidades que já aprovaram o reajuste aos seus servidores. Ubatuba, Bauru, Monteiro Lobato e Taubaté já enviaram projetos com proposta de aumento para a categoria. Enquanto isso, em São José, a cidade mais rica do Vale, Felicio não deu o que é direito aos servidores e ainda não pagou o gatilho e a recomposição salarial aos trabalhadores”, reclamou a vereadora em suas redes sociais.

Juliana Fraga: foco nos servidores e na previdência municipal. Foto / Flávio Pereira/CMSJC

Causa animal agradece

Entre os assuntos da pauta da sessão desta quinta-feira (3) da Câmara Municipal, o projeto de lei 410/2021 promete agradar em cheio aos defensores da causa animal. Esse time, a cada dia mais numeroso, é formado por tutores, protetores, cuidadores e simpatizantes em geral.

O projeto, de autoria dos vereadores Zé Luis (PSD) e Robertinho da Padaria (Cidadania), proíbe a queima, soltura, comercialização, armazenamento e transporte de fogos de artifício de estampido no município. Depois de passar pela fase de emendas, está em condições de ser votado.

Para quem não sabe, já existe lei estadual com o mesmo objetivo. Foi sancionada pelo governador João Doria (PSDB) em julho do ano passado.

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GESTÃO

Superávit em plena pandemia

Durante audiência pública realizada na semana passada na Câmara Municipal, para apresentar o balanço das metas fiscais do último quadrimestre de 2021, a Prefeitura de São José dos Campos revelou que foi um ano positivo para a cidade.

A arrecadação municipal atingiu R$ 3,5 bilhões, enquanto as despesas ficaram em R$ 3,1 bilhões. A diferença significou um superávit na receita de 13,46%. Quanto às despesas, ficaram em R$ 3,3 bilhões, gerando também um superávit de 6,23%, o equivalente a R$ 207 milhões.

Para que se tenha uma ideia, a sobra de dinheiro em caixa equivale a mais de três obras da Ponte Estaiada.

Novidades no transporte

Fique de olho: novidades no transporte nesta quinta-feira. Foto / Claudio Vieira/PMSJC

A Prefeitura marcou para as 9h desta quinta-feira (3) uma coletiva de imprensa no sétimo andar do Paço Municipal. Na pauta, o anúncio de “novidades no transporte público” de São José.

A expectativa é grande. Até porque a Administração corre contra o tempo para resolver um princípio de crise no setor, depois que as três empresas que operam o sistema atualmente não tiveram interesse em participar da licitação do ano passado. E para piorar, as duas vencedoras –pertencentes ao problemático Grupo Itapemirim, que se encontra em fase de recuperação judicial– tiveram o contrato rescindido unilateralmente pela Prefeitura.

TOQUE FINAL

Google / Reprodução
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