Exigência básica: quem sabe ler ou escrever ao menos um bilhete simples é considerado alfabetizado no Brasil. Foto / Fabio Pozzebom/Agência Brasil

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Segundo o IBGE divulgou nesta sexta-feira (17), em 2022, dos 163 milhões de brasileiros com mais de 15 anos, 93% foram considerados alfabetizados

 

DA REDAÇÃO*

No Brasil, 11,4 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 15 anos são analfabetos, ou seja, não sabem ler e escrever ao menos um bilhete simples, exigência básica para determinar alfabetização. Do total de 163 milhões de brasileiros acima de 15 anos, 151,5 milhões são considerados alfabetizados segundo esse critério.

Os dados são do “Censo Demográfico 2022 – Alfabetização: Resultados do Universo”, divulgado nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em números proporcionais, o resultado indica taxa de alfabetização de 93% em 2022 e, consequentemente, taxa de analfabetismo de 7% do contingente populacional.

Segundo o IBGE, observa-se uma tendência de aumento da taxa de alfabetização das pessoas de 15 anos ou mais ao longo dos censos. Em 1940, menos da metade da população era alfabetizada (44%). Após quatro décadas, em 1980, houve aumento de 30,5 pontos percentuais na taxa de alfabetização, passando para 74,5% e, finalmente, depois de mais quatro décadas, o país atinge o percentual de 93% em 2022, representando um aumento de 18,5 pontos percentuais em relação a 1980.

Por idade

“A comparação dos resultados de 2000 com os de 2010 e os de 2022 indica que a queda na taxa de analfabetismo ocorreu em todas as faixas etárias, refletindo principalmente a expansão educacional, que universalizou o acesso ao ensino fundamental no início dos anos 1990, e a transição demográfica, que substituiu gerações mais antigas e menos educadas por gerações mais novas e mais educadas”, diz o instituto.

De acordo com o IBGE, em 2022 o grupo de 15 a 19 anos atingiu a menor taxa de analfabetismo (1,5%) e o grupo de 65 anos ou mais permaneceu com a maior taxa (20,3%).

“A elevada taxa de analfabetismo entre os mais velhos é um reflexo da dívida educacional brasileira, cuja tônica foi o atraso no investimento em educação, tanto para escolarização das crianças, quanto para a garantia de acesso a programas de alfabetização de jovens e adultos por uma parcela das pessoas que não foram alfabetizadas nas idades apropriadas, conforme almejado pela Constituição de 1988”, diz o órgão.

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Por cor ou raça

Em 2022, a taxa de analfabetismo de pessoas de cor ou raça branca e amarela, com 15 anos ou mais, era de 4,3% e de 2,5%, respectivamente. Enquanto isso, a taxa de analfabetismo de pretos, pardos e indígenas na mesma faixa etária era de 10,1%, 8,8% e 16,1%, respectivamente.

Por gênero

Segundo o IBGE, as mulheres tendem a apresentar melhores indicadores educacionais do que os homens, inclusive melhores taxas de alfabetização. Em 2022, o percentual de mulheres que sabiam ler e escrever era de 93,5%, enquanto o de homens ficou em 92,5%.

Essa vantagem das mulheres foi verificada em praticamente todos os grupos etários analisados, exceto entre os com 65 anos ou mais. A maior diferença em pontos percentuais a favor das mulheres foi no grupo de 45 a 54 anos, atingindo 2,7 pontos percentuais, ainda que as mulheres pertencentes aos grupos de idade abaixo de 45 anos sigam apresentando maiores taxas de alfabetização comparadas aos homens dos mesmos grupos de idade.

Somente na faixa etária de 65 anos ou mais, os homens apresentavam uma proporção maior de pessoas que sabiam ler e escrever, de 79,9%, comparado ao de 79,6% das mulheres.

APOIO SUPERBAIRRO

Por região

A região Sul do país se mantém com a maior taxa de alfabetização de pessoas com 15 anos ou mais. O percentual passou de 94,9% em 2010 para 96,6% em 2022. Em seguida, com maiores taxas, vem a região Sudeste, que variou de 94,6% em 2010 para 96,1% em 2022.

O percentual de alfabetização da região Nordeste permaneceu o mais baixo do país, embora tenha apresentado aumento –de 80,9% em 2010 para 85,8% em 2022. A segunda menor taxa de alfabetização foi encontrada na região Norte, tanto em 2010 quanto em 2022. Nessa região, o indicador seguiu a tendência nacional, passando de 88,8% em 2010 para 91,8% em 2022, situando-se um pouco mais próximo do índice da região Centro-Oeste, que passou de 92,8% em 2010 para 94,9% em 2022.

População indígena

A taxa de alfabetização das pessoas indígenas –incluindo as que se consideram indígenas pelo critério de pertencimento– foi de 85% em 2022. De 2010 para 2022, o analfabetismo dessa população caiu de 23,4% para 15,1%. A queda mais expressiva foi observada na região Norte (de 31,3% para 15,3%).

A queda na taxa de analfabetismo das pessoas indígenas ocorreu em todas as faixas etárias, com as maiores reduções nas faixas de 35 a 44 anos (de 22,9% para 12%), 55 a 64 anos (de 38,3% a 27,4%) e 25 a 34 anos de idade (de 17,4% para 6,7%). Os homens indígenas de 15 anos ou mais têm taxa de alfabetização de 85,7%, 1,4 ponto percentual acima da taxa de alfabetização das mulheres indígenas (84,3%).

 

*Com informações da Agência Brasil.

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