Nesta quinta-feira comemora-se no estado de São Paulo o Dia do Rio Paraíba do Sul; a campanha #EuAmoRioParaíbadoSul quer conscientizar para os cuidados e proteção à bacia paulista do rio, que é um dos mais importantes do país
DA REDAÇÃO
Nesta quinta-feira (22), comemora-se no estado de São Paulo o Dia do Rio Paraíba do Sul, de acordo com a lei estadual nº 12.094, de 2005. Além disso, na sexta-feira (23), é comemorado em todo o país o Dia da Nascente do Rio Paraíba do Sul.
Aproveitando as datas, o Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul (CBH-PS) está lançando a campanha #EuAmoRioParaibadoSul para conscientizar a sociedade civil, empresas, instituições públicas e todos direta e indiretamente envolvidos com a bacia no lado paulista sobre a importância da proteção ambiental e segurança hídrica.
“Sem água, não existiremos”, afirma Maria Eduarda San Martin, presidente do CBH-PS e secretária de meio ambiente de Pindamonhangaba. Neste ano, a entidade discutiu mais de 30 projetos para o cuidado e proteção da bacia do rio Paraíba do Sul paulista, com investimento em torno de R$ 34 milhões proveniente do Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos).
Os projetos aprovados tratam de saneamento rural, controle de perda de água, sistemas de tratamento de esgoto doméstico, obras de drenagem urbana, restauração florestal, planejamento, diagnósticos e educação ambiental, entre outros.
“Nós temos um papel fundamental na deliberação dos projetos, prestando apoio técnico e operacional à gestão integrada de recursos hídricos, além de planejar, executar e acompanhar ações, de acordo com as propostas prioritárias do Plano de Recursos Hídricos”, completa Maria Eduarda.
Plano Diretor
Um dos projetos elaborados pelo CBH-PS é a implantação do Plano Diretor de Restauração Florestal da bacia do Paraíba do Sul no território paulista. O comitê define o projeto como a primeira iniciativa para dar escala à restauração ecológica e influenciar na economia de baixo carbono no Vale do Paraíba. A meta da bacia é restaurar mais de 60 hectares de vegetação nativa por ano.
O processo já foi iniciado por meio da instituição Iniciativa Verde. Ele propõe um diagnóstico macro das propriedades rurais para organizar e priorizar a restauração de áreas no Vale do Paraíba. Com isso, pretende-se potencializar a importância dos municípios afetados no desenvolvimento do plano e potencializar a economia de baixo carbono, priorizando a proteção de nascentes e cursos d’água que impactam diretamente na qualidade das águas do Paraíba do Sul.
O CBH-PS acredita que a implantação do Plano Diretor contribuirá para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, além de ajudar na melhoria do PIB agropecuário e agroflorestal da região por meio da geração de emprego e renda.
O processo começou neste ano e está com a primeira fase do diagnóstico concluída. A próxima fase, que deverá ter início em breve, deverá ser a elaboração do plano de ação para definir as metas e prazos de implementação. Essa etapa contará com debates e validação das ações com os envolvidos na restauração florestal da bacia, principalmente os proprietários rurais.
Três estados
O rio Paraíba do Sul é formado pela confluência dos rios Paraitinga e Paraibuna e nasce na serra da Bocaina, no município de Areias (SP). Em seu curso, passa pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e, por isso, é caracterizado como rio federal.
Seus principais afluentes são os rios Jaguari (SP), Buquira (SP), Una (SP), Paraibuna (SP), Piabanha (RJ), Paraibuna (MG), Pomba (MG) e Muriaé (MG). A foz do Paraíba é no Oceano Atlântico, em São João da Barra (RJ).
Em Barra do Piraí (RJ), há um desvio de parte de suas águas para a bacia do rio Guandu, para gerar energia elétrica e garantir o abastecimento de água para a quase totalidade da população da cidade do Rio de Janeiro. No estado de São Paulo, o rio abastece mais de 2 milhões de pessoas.
“Temos responsabilidade com o rio Paraíba do Sul, é o principal rio que abastece as nossas casas. Por isso, esta campanha é fundamental”, afirma Renato Traballi Veneziani, vice-presidente do CBH-PS e presidente do Sindicato Rural de São José dos Campos. “O Comitê já deliberou, desde 2019, mais de R$ 70 milhões do Fehidro para proteção às nossas águas”, conclui.