Em até seis meses a capela poderá voltar a receber atos religiosos e eventos culturais. Foto / Charles de Moura/PMSJC.

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

WAGNER MATHEUS

A capela Sagrado Coração de Jesus, no Parque Vicentina Aranha (Vila Adyana), vai passar por reforma que irá permitir a reabertura para os fiéis e frequentadores do parque. O prédio está fechado desde dezembro de 2018, quando a Mitra Diocesana suspendeu missas e casamentos por medida de segurança.

No início do mês, a diretoria da Afac – Organização Social de Cultura, gestora do parque, recebeu o secretário municipal de Obras, Gláucio Lamarca Rocha, para uma vistoria no prédio. Após o encontro, ficou decidida a execução de reforço na fundação do anexo e o restauro da capela. Segundo a Prefeitura de São José dos Campos, responsável pela obra, a primeira etapa é a licitação de reforço na fundação e, em seguida, a do restauro. O prazo para entrega foi previsto em até seis meses

Será a segunda reforma na capela. Entre 2010 e 2011, ela recebeu a substituição do telhado e do sistema de iluminação, além de pintura interna e externa. A construção é tombada como patrimônio histórico da cidade.

História

A capela Sagrado Coração de Jesus foi inaugurada em 20 de outubro de 1935. Em estilo eclético, foi construída com donativos do conde Antonio de Toledo Lara, que era cafeicultor, empresário do ramo imobiliário e um dos principais acionistas da companhia de bebidas Antarctica Paulista. Ele financiava projetos da Santa Casa de Misericórdia, além de apoiar instituições católicas, estabelecimentos de saúde e atividades artísticas da cidade de São Paulo.

Na capela, aconteciam missas diárias para funcionários e pacientes do sanatório. O capelão era o monsenhor Ascânio Brandão, o mesmo que doou o terreno para a construção da catedral de São Dimas.

 

Projeto de restauração continua

A capela integra um conjunto de construções dentro do Vicentina Aranha que estão sendo restauradas. A Afac mantém campanha para obter recursos, viabilizando restaurações e reformas que, gradativamente, estão permitindo o uso de prédios do antigo sanatório pela população.

O recém nomeado diretor executivo da Afac, Aldo Zonzini Filho, falou com o SuperBairro sobre o projeto de restauração. Veja.

A reforma faz parte do projeto de restauração do patrimônio do parque?

Sim. A capela está tombada em âmbito municipal e estadual e, como todo bem tombado, requer ações de conservação e também de restauração, quando esta é necessária. Todas as edificações do parque já passaram ou passarão por serviços de conservação e restauro e a capela está neste contexto.

Qual é o custo previsto e o prazo de execução?

A princípio, existe uma previsão de custo de R$ 250 mil, com prazo de execução de seis meses. A obra será de responsabilidade da Prefeitura.

Após a conclusão, a capela será reaberta para quais atividades?

Será reaberta para as atividades religiosas e também culturais, como vinha sendo feito.

Em que estágio está o projeto de restauração dos prédios do parque? Existem obras no momento?

Os projetos de restauração como um todo, ou seja, de todo o complexo do parque, não sofreram interrupção. No momento o prédio denominado Marina Crespi está com a obra de restauro em andamento.

Qual é a diferença entre reforma e restauração? Uma reforma não prejudica uma futura restauração?

Restauração e reforma são explicadas por conceitos, que podem ter variações. A restauração visa, basicamente, restabelecer a unidade e a integridade física de um bem, móvel ou imóvel, preservando as características que o elevaram à condição de patrimônio. Neste caso, as intervenções devem preservar ao máximo o bem, do ponto de vista estético e histórico, evitando descaracterizá-lo de modo que não possa mais ser reconhecido como patrimônio. Para isso é necessário recorrer a profissionais especializados.

Já a reforma não visa, necessariamente, a preservação das características estéticas e históricas, mas restabelecer a funcionalidade daquele bem.

Com base nesses conceitos, uma reforma pode prejudicar uma futura restauração, pois pode descaracterizar o bem de tal forma que não possa mais ser recuperado em sua originalidade.

Como estão as contribuições? A Afac está fazendo campanha para doações via Imposto de Renda? Como é possível doar?

As campanhas de doação serão reativadas, assim como as realizadas via Imposto de Renda. Uma agência de comunicação foi recontratada para dar continuidade a esse trabalho como um todo, visando doações e também atrair patrocinadores diretos.