Conjunto entregue no bairro Baleia Verde vai abrigar 518 famílias atingidas pelas fortes chuvas de fevereiro do ano passado. Foto / Sérgio Barzaghi/Governo do Estado de SP

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Famílias foram afetadas pelas chuvas que caíram em fevereiro do ano passado; com as 186 unidades já entregues em Maresias, total é de 704 famílias beneficiadas

 

DA REDAÇÃO

O Governo de São Paulo entregou na segunda-feira (19) um conjunto com 518 moradias no bairro Baleia Verde para famílias afetadas pelos deslizamentos ocorridos em fevereiro de 2023, em São Sebastião, no Litoral Norte, que deixaram 64 mortos. A maioria das famílias que receberam as 518 residências morava na Vila Sahy, área fortemente atingida pelo desastre.

No início do mês, outras 186 famílias foram beneficiadas na região de Maresias. O investimento estadual totalizou R$ 260 milhões nos dois empreendimentos realizados pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).

A cerimônia reuniu o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o vice-governador Felicio Ramuth (PSD), a primeira-dama e presidente do Fundo Social de São Paulo, Cristiane Freitas, o prefeito de São Sebastião Felipe Augusto (PSDB), o presidente da CDHU Reinaldo Iapequino, além de secretários estaduais, deputados, vereadores e famílias beneficiadas.

Inovação x atraso

O governo estadual valorizou o prazo de entrega do conjunto, em 10 meses após o início da obra, como “um novo marco no atendimento habitacional após desastres naturais no país”, dizendo que “em situações normais, conjuntos do mesmo porte seriam entregues em cerca de 36 meses”.

Porém, a entrega desta segunda-feira foi feita com atraso de cerca de dois meses em relação à previsão inicial, que estava fixada para o mês de dezembro do ano passado.

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‘Show’ municipal

A entrega das casas também foi marcada por uma ação da Prefeitura de São Sebastião, mal recebida por moradores da cidade, que se manifestaram em redes sociais. Em um evento anunciado como “Show da Reconstrução”, a prefeitura contratou duas apresentações, com os artistas Fernanda Costa e a dupla Henrique & Diego, ao custo de R$ 45 mil e R$ 120 mil, respectivamente.

Segundo a “Folha de S. Paulo”, apenas a cantora Fernanda Costa se apresentou, no início da tarde. Procurada pelo jornal, a prefeitura não respondeu sobre o motivo de o segundo show não ter ocorrido. Questionado, Felipe Augusto disse não ver contrassenso em gastar R$ 165 mil nos shows. “Hoje é o dia de celebrar a vida. Temos que homenagear os nossos mortos, as pessoas que infelizmente perderam a vida e as famílias [para] sempre. Mas nós temos que celebrar a vida. E Deus traz essa mensagem: após a dor, vem a alegria”, declarou.

Em nota, a assessoria de comunicação do governo estadual informou que “não há qualquer ligação com o show ou recursos investidos nas apresentações”.

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Tecnologia modular

As 518 moradias erguidas no bairro Baleia Verde utilizam tecnologia “wood frame”, uma construção pré-fabricada em que os módulos saem prontos da fábrica para montagem no local da instalação. Segundo o governo, essa tecnologia é largamente utilizada no exterior, especialmente em países e regiões sob condições meteorológicas extremas, pois atende a certificações que demonstram isolamento térmico e acústico adequados, além de normas técnicas de desempenho (NBR) em parâmetro equivalente às tradicionais casas de alvenaria.

Segundo o governo estadual, todas as famílias atendidas com moradias em Maresias e Baleia Verde receberam kits de eletrodomésticos da linha branca –geladeira, fogão, micro-ondas e tanquinho de lavar roupas–, além de botijão de gás, camas, colchões e travesseiros.

O conjunto do Baleia Verde, com 518 moradias, é formado por um total de 30 edifícios de quatro pavimentos, com quatro apartamentos de 41 m2 por andar, 20 casas térreas, 18 casas térreas para pessoas com deficiência e quatro centros de apoio aos condomínios. No bairro de Maresias, as 186 moradias estão em seis edifícios de quatro pavimentos, construídos em sistema de alvenaria estrutural, com 31 apartamentos de 41 m² por andar.

 

*Com informações do Governo de São Paulo.

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