Vista de árvore de grande porte no condomínio Villa Romana, no Jardim Maringá, destruída após a chuva. Foto / SuperBairro

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

O temporal foi provocado pelo deslocamento da zona de convergência que causou 24 mortes e inundações na Bahia

 

DA REDAÇÃO

O município de São José dos Campos foi atingido no final da tarde desta quarta-feira (29) por chuva de grande intensidade acompanhada de ventos fortes. A tempestade durou cerca de uma hora a partir das 16h. Quando terminou, vários pontos da cidade estavam alagados e pelo menos 30 árvores e galhadas caíram, principalmente nas vias públicas das regiões central e sul.

O Anel Viário, principal via de deslocamento entre a região central e as demais regiões da cidade, ficou submerso no trecho da avenida Senador Teotônio Vilela depois que o ribeirão Vidoca transbordou.

Na região da Vila Ema, uma galhada de árvore de grande porte na rua Tomaz Antonio Gonzaga caiu sobre três veículos. Outras ruas da Vila Ema, Jardim Esplanada e Jardim Maringá também tiveram queda de árvores e galhos. No condomínio Villa Romana, no Maringá, uma árvore de grande porte não resistiu aos ventos e perdeu boa parte de sua galhada.

Cerca de 30 minutos após o início da chuva os bairros da região da Vila Ema ficaram sem energia elétrica. O serviço foi restabelecido por volta das 19h, mas logo em seguida, após o som de uma forte explosão, todo o Jardim Maringá voltou a ficar no escuro. Até as 21h a energia não havia sido religada.

Outras cidades da RMVale foram atingidas. Em alguns locais houve queda de granizo. O Corpo de Bombeiros informou que foram registradas mais de 40 ocorrências.

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Danos

A Secretaria de Manutenção da Cidade e a Defesa Civil do município, em nota, registraram os principais danos causados pela chuva:

–  vários pontos de alagamento e queda de barreira na SP-50, na altura da Vila Paiva (região norte)

– cerca de 30 árvores e galhadas caídas, principalmente nas vias das regiões central e sul

– pelo menos quatro vias interditadas em razão da queda de árvores, entre elas, rua Armando de Oliveira Cobra, trecho da avenida Andrômeda, trecho da avenida Francisco José Longo com Heitor Villa-Lobos e avenida Anchieta

– Quatro escolas municipais afetadas: IMI Helena Vaz (Jardim São Dimas), Emef Profª Ruth Nunes (Torrão de Ouro), Emef Profª Maria Nazareth Veronese (Jardim da Granja) e IMI Benedito Carvalho dos Santos (creche do Paço Municipal)

– destelhamento parcial do teto do Centro de Referência de Moléstias Infecciosas

– desabamento da parede de uma casa no bairro Santa Luzia

– queda parcial do telhado da loja DPaschoal na avenida Dr. Nélson D’Ávila (região central)

Segundo a Prefeitura, não houve vítimas nem pessoas desabrigadas. A Manutenção da Cidade e a Defesa Civil continuariam durante a noite os trabalhos de desobstrução de vias com a retirada das árvores e galhos. Na quinta-feira (30) as equipes envolvidas deverão retomar os trabalhos de conclusão da remoção do entulho, corte e limpeza.

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Previsão acertada

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) já havia alertado para a possibilidade de temporais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais a partir da quarta-feira. Depois de matar 24 pessoas e deixar 132 cidades da Bahia em estado de emergência, a previsão era de que essas chuvas se deslocariam para as regiões Sudeste e Centro-Oeste do país.

Segundo o instituto, uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) que atingiu os municípios baianos se deslocou para o Sudeste. Essas zonas formam corredores que se estendem do sul da região amazônica até a área central do Atlântico Sul, canalizando a umidade da Amazônia para outras áreas, o que provoca chuvas intensas.

A previsão é de que as chuvas no Sudeste permaneçam entre sete e dez dias.

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