A RMVale não tem sido ignorada pelos pré-candidatos à eleição presidencial do ano que vem. Depois de receber os governadores Eduardo Leite (RS) e João Doria (SP), ambos do PSDB, na próxima quarta-feira (27) será a vez do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, que virá a São José dos Campos.
Mas não será um encontro direto com o eleitor. Ciro vem participar de uma reunião exclusiva com os conselheiros do Desenvolve Vale e seus convidados. A entidade reúne representantes de classe, líderes dos setores produtivos e dirigentes de outras entidades empresariais.
O pré-candidato pelo PDT deve ser o primeiro de uma série de encontros com pré-candidatos à presidência da República. Eles estão sendo convidados para desenvolver o tema “O Vale em debate: oportunidades e desafios para o futuro”. O coordenador da entidade é o empresário Kiko Sawaya, que já atuou na política como secretário municipal em São José dos Campos e também como candidato a deputado estadual.
Ciro Gomes tem ligação com o Vale do Paraíba, pois nasceu em Pindamonhangaba, embora tenha desenvolvido a carreira política no estado do Ceará. Foi o terceiro colocado na eleição de 2018, com 12,47% dos votos válidos, o que corresponde a cerca de 13,3 milhões de votos.
PONTO A PONTO
São Paulo vai decidir
Com 25% dos filiados do PSDB nacional, o estado de São Paulo deve ser decisivo para apontar o candidato do partido a presidente da República em 2022. A disputa segue pegando fogo entre os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS).
Uma conclusão já é possível tirar dessa disputa. Os líderes regionais tucanos viram nas prévias uma oportunidade de enfraquecer o PSDB paulista, que sempre foi amplamente majoritário no partido. E uma vitória de Leite seria um passo nessa direção.
Outra conclusão: os tucanos mudaram. Trocaram a fleuma e a elegância com que decidiam as questões partidárias para tornarem-se um pouco mais iguais que a média da política brasileira. Ou seja: vale tudo.
Autoriza, mas não obriga
O projeto de lei 133/2019, de autoria do vereador Marcão da Academia (DEM), aprovado na sessão da Câmara de São José dos Campos da última quinta-feira (21), autoriza a Guarda Municipal, agentes de mobilidade urbana e Polícia Militar quando em atividade delegada a fiscalizar motocicletas para verificar se o ruído emitido nos escapamentos está acima do limite permitido por lei.
A aprovação repercutiu bem nas mídias sociais, algumas já dando como certo que a população irá se livrar desse incômodo provocado por motoqueiros que não respeitam a lei. Porém, é bom saber que o projeto é autorizativo. Ou seja, ele sugere, autoriza, reivindica que a fiscalização seja feita, mas não vale nada se a Prefeitura não incluir essa “autorização” na sua legislação.
Agora, a torcida dos apoiadores da fiscalização rigorosa das motos é que a Prefeitura encampe a ideia do vereador.
Economizar para quê?
Enquanto os governos em geral solicitam que a população economize água para que o abastecimento e a geração de energia elétrica não entrem em colapso, parte da água da poderosa bacia do rio Paraíba do Sul é usada, quase na chegada à cidade do Rio de Janeiro, para diluir esgoto que os fluminenses não tratam adequadamente.
A informação foi prestada pelo deputado federal Eduardo Cury (PSDB) em entrevista recente. Apesar da volta das chuvas em parte do país nos últimos dias, a situação ainda é de preocupação.
Tarda. Mas não falha?
Três anos após a eleição presidencial de 2018, serão julgadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na próxima terça-feira (26), duas ações contra a chapa do presidente Jair Bolsonaro e do vice Hamilton Mourão por disparo massivo de mensagens via WhatsApp durante a campanha e por uso fraudulento de documentos de idosos para fazer os disparos.
Se a chapa for condenada, os dois correm o risco de se tornarem inelegíveis nas eleições de 2022. Porém, já terão governado o país por três anos.
Contrastes do Brasil
A vereadora Amélia Naomi (PT) aproveitou duas cenas que apareceram nas mídias sociais nos últimos dias para juntar e misturar tudo e criticar o momento atual do Brasil.
“A cena de um grupo de pessoas revirando a caçamba de um caminhão de lixo em busca de comida foi registrada em um bairro nobre de Fortaleza, no Ceará. A volta do Brasil ao mapa da fome contrasta com o desperdício de dinheiro público para levar uma comitiva de 69 pessoas ligadas ao governo Bolsonaro aos Emirados Árabes”, postou a vereadora no seu Facebook.
A cena de Fortaleza mostrou ao país que os estragos provocados pela pandemia na vida das famílias brasileiras são mais graves do que se pensa. Além disso, uma inflação anual em torno de 10% atinge a toda a população, mas tem efeitos ainda mais perversos entre os mais pobres.
GESTÃO
Ainda a tuberculose
Depois de ser conhecida como um dos maiores centros de tratamento da tuberculose no país entre os anos 30 e 50 –na chamada fase sanatorial–, a doença continua sendo assunto em São José dos Campos. A cidade recebeu menção honrosa do Governo do Estado por ter alcançado de 80% a 84% de cura de casos novos de tuberculose em 2020.
Uma das explicações para esse resultado é que a Prefeitura intensificou um sistema de busca ativa que permite acompanhar caso a caso e identificar pacientes que apresentem risco de abandonar o tratamento. O rastreamento é feito por meio de um banco de dados onde é possível identificar, por exemplo, quem deixou de retirar a medicação na rede de UBSs (Unidades Básicas de Saúde).
Em 2020 foram registrados 178 casos de tuberculose em São José. Em 2021, até o mês de setembro, ocorreram 142 casos.
Obra local, emprego local
Segundo levantamento da Secretaria de Inovação e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de São José, 83% dos empregos gerados na obra da Linha Verde pertencem a moradores do município. Dos 117 postos de trabalho, 97 estão sendo ocupados por gente de São José.
A notícia é positiva quando se sabe que a criação de empregos é um dos maiores desafios do país, agora que a pandemia de covid-19 começou a ser controlada.
Ainda segundo a Prefeitura, nos últimos 12 meses São José dos Campos registrou um saldo positivo de 8.810 vagas de empregos com carteira assinada, sendo quase 1 mil vindos da construção civil. Os dados são do Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho.
TOQUE FINAL
Sobre os impostos