As paradas gays nasceram após abordagem violenta da polícia em um bar de Nova York. Foto / Unsplash

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

O dia 28 de junho é um marco na comunidade LGBT mundial e tem sido comemorado desde a década de 70

 

ANA LÍGIA DAL BELLO

Junho é o mês em que se comemora o orgulho LGBT no Brasil e no mundo. A ocasião é lembrada desde o início dos anos 70, quando Nova York, nos Estados Unidos, teve o que foi considerada sua primeira parada gay.

O dia e o mês não foram escolhidos por acaso. Na história, o relacionamento com pessoas do mesmo sexo era considerado uma doença até 1990, quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) retirou a homossexualidade da CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde).

Em 28 de junho de 1969, quando gays não podiam se encontrar em público em Nova York para não “causar desordem”, vários deles estavam reunidos no bar Stonewall Inn, em Manhattan, quando a polícia chegou e iniciou uma abordagem violenta na tentativa de prender 13 pessoas.

Foi a gota d’água para que grupos se mobilizassem e tomassem as ruas nos dias seguintes à invasão do bar, lutando por direitos civis para a comunidade gay, incluindo o de frequentar locais públicos sem que fossem presos.

Como as ideias de liberdade dos anos 60 já inspiravam os jovens, os protestos tiveram a adesão de milhares de participantes, gays ou não, em vários pontos da cidade. No ano seguinte, no dia 28 de junho de 1970, não só Nova York como outras capitais americanas tiveram suas primeiras marchas do orgulho gay.

Progressivamente, as “paradas gays” se espalharam para outros países. No Brasil, o primeiro evento foi realizado em 1997 e teve a participação de duas mil pessoas.

Atualmente, cerca de 70 países ainda criminalizam a homossexualidade e outros grupos relacionados à comunidade gay.