Trabalhadores da GM após aprovação da greve em assembleia nesta segunda-feira. Foto / site do Sindicato dos Metalúrgicos/Reprodução

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Além de São José dos Campos, a greve atinge as unidades de São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes por tempo indeterminado; empresa alega queda nas vendas internas e nas exportações

 

DA REDAÇÃO 

Após assembleia realizada no início da manhã desta segunda-feira (23), trabalhadores metalúrgicos da General Motors confirmaram, por aclamação de representantes dos três turnos, a greve na unidade de São José dos Campos. A paralisação já havia sido aprovada no domingo (22), em assembleia realizada em frente à sede do Sindicato dos Metalúrgicos.

A greve é um protesto contra demissões nas três fábricas GM no estado de São de Paulo, além de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes. Segundo o sindicato, os desligamentos foram comunicados por telegramas e e-mails no sábado (21).

Em junho, a montadora assinou um acordo de layoff (suspensão dos contratos de trabalho) com o Sindicato dos Metalúrgicos, que garantia estabilidade no emprego para todos os funcionários até maio de 2024. “As demissões atingiram os trabalhadores que estavam em layoff, assim como os que estavam na fábrica”, informou a entidade em seu site, garantindo que “a fábrica só voltará a produzir após o cancelamento dos cortes e garantia de estabilidade no emprego para todos”.

A entidade ressalta que não houve negociação prévia com os sindicatos de trabalhadores. Segundo a entidade, além de quebrar o acordo de layoff, a GM descumpriu a legislação que obriga empresas a abrirem negociação com o sindicato da categoria antes de realizarem demissão em massa.

Segundo sua assessoria de imprensa, “o sindicato vai cobrar dos governos federal, estadual e municipal medidas imediatas para reverter as demissões”, informando que estão sendo solicitadas reuniões com esses governos para discutir o assunto. “Parte dos salários dos 1.200 trabalhadores que estão em layoff é paga com recursos públicos, pelo FAT [Fundo de Amparo do Trabalhador]”, disse o sindicato.

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GM confirma greve

Em nota, a GM confirmou a greve nas três unidades e atribuiu as demissões a uma queda nas vendas internas e nas exportações de seus veículos. Veja a íntegra:

“Foi aprovada pelos empregados, nesta segunda-feira, 23 de outubro, em assembleias realizadas pelos sindicatos dos metalúrgicos de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes, a proposta de greve por tempo indeterminado. Reiteramos que a queda nas vendas e nas exportações levaram a General Motors a adequar seu quadro de empregados nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes. Esta medida foi tomada após várias tentativas atendendo as necessidades de cada fábrica como, layoff, férias coletivas, days off e proposta de um programa de desligamento voluntário. Entendemos o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro. A GM reforça que a segurança dos empregados é nossa prioridade.”

A unidade da GM em São José dos Campos emprega cerca de 4.000 pessoas, que produzem os modelos S-10 e Trailblazer, além de motores e transmissão. Segundo o sindicato, a empresa ainda não informou quantos empregados foram demitidos.

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