Enquanto oposição a Lula na CPMI quer incluir investigações sobre o governo atual, situacionistas, com maioria, rejeitam bloco de requerimentos contendo essas solicitações
DA REDAÇÃO*
Integrantes da CPMI que investiga a invasão e depredação das sedes dos três Poderes em 8 de janeiro aprovaram nesta terça-feira (13) diversas convocações, entre elas a do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres; do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; e do ex-ministro da Defesa, Braga Netto.
Também foi aprovado o compartilhamento de informações, pela Polícia Federal, dos dados extraídos dos celulares de Bolsonaro e de Mauro Cid obtidos nas operações em andamento.
Os membros da comissão dividiram em três blocos os primeiros 285 requerimentos que pedem a realização de depoimentos e requisitam informações de órgãos da administração pública. Dois conjuntos de propostas foram aprovados por deputados e senadores e um foi rejeitado. No total, já foram apresentados mais de 900 requerimentos à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito.
Governistas rejeitam
Parlamentares aliados ao governo decidiram rejeitar o bloco de requerimentos que, segundo eles, extrapolavam o objeto de investigação da comissão. Entre os requerimentos reunidos nesse grupo estão os que solicitam imagens de câmeras internas do Ministério da Justiça e do Palácio do Planalto e informações sobre o uso das forças de segurança no dia do ataque, além do convite ao atual ministro da Justiça, Flavio Dino.
Deputados e senadores de oposição acusaram a base aliada de querer blindar integrantes do governo federal, impedindo que eles sejam investigados por supostas omissões diante da invasão aos prédios da praça dos Três Poderes.
O presidente da CPMI, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), defendeu a aprovação dos requerimentos de informação, que, em sua opinião, oxigenam a comissão com dados e não prejudicam o direito de terceiros, como fazem convocações e transferência de sigilos. “O Brasil inteiro espera de nós uma resposta sobre o que de fato aconteceu no dia 8 de janeiro”, ressaltou.
A CPMI se reúne novamente na próxima terça-feira (20). A mesa da comissão ainda vai definir se será possível já obter os primeiros depoimentos nessa reunião.
*Com informações da Agência Câmara de Notícias.