Deputados Arthur Maia (União-BA) e Eliziane Gama (PSD-MA), presidente e relatora da CPMI. Foto / Geraldo Magela/Agência Senado

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Relatório aprovado será enviado ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e ao Poder Judiciário; relatora sustentou que Bolsonaro foi o autor intelectual dos atos antidemocráticos

 

DA REDAÇÃO

Por 20 votos favoráveis, 11 contrários e uma abstenção, o relatório final da “CPMI do 8 de Janeiro” foi aprovado na quarta-feira (18) com o pedido de indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras 60 pessoas. Apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o documento conclui que os atos de vandalismo de 8 de janeiro foram uma tentativa de golpe de Estado.

A CPMI consumiu cinco meses de audiências e 20 depoimentos. O documento será agora enviado ao Ministério Público Federal, Polícia Federal e Poder Judiciário.

Ao insistir na omissão do atual governo e na ação de infiltrados, a oposição queria o indiciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do ministro da Justiça, Flávio Dino, e do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias.

O senador Sergio Moro (União-PR) declarou que o relatório ignorou a verdade e atacou as Forças Armadas. Já a relatora Eliziane Gama ressaltou que as conclusões tiveram como base documentos e depoimentos e ponderou que a aprovação do relatório é uma demonstração do fortalecimento da democracia.

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Generais indiciados

Além de pedir o indiciamento de Bolsonaro, a CPMI incluiu, dentre as demais 60 pessoas envolvidas, oito generais das Forças Armadas. Estão listados os generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos, Paulo Sérgio Nogueira, Marco Antonio Freire Gomes, Ridauto Lúcio Fernandes, Carlos Feitosa Rodrigues e Carlos José Penteado. Também figuram no relatório, entre outros, o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos; o tenente-coronel Mauro Cid; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques.

O relatório pede que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja indiciado pelos crimes de associação criminosa; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; tentativa de depor governo legitimamente constituído; e emprego de medidas para impedir o livre exercício de direitos políticos. De acordo com a relatora, Bolsonaro foi o autor intelectual dos atos antidemocráticos.

“A democracia foi atacada. Massas foram manipuladas com discursos de ódio. Milicianos digitais foram empregados para disseminar o medo, desqualificar adversários e promover ataques ao sistema eleitoral. Forças de segurança foram cooptadas. Tentou-se corromper, obstruir e anular as eleições. E usam a liberdade de expressão para afogar a expressão”, afirmou a senadora durante a leitura do documento.

 

* Com informações da Agência Senado e da Agência Brasil.

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