Zanin (à direita). chega ao STF aos 47 anos, podendo ficar até os 75. Foto / Valter Campanato/Agência Brasil 
Na próxima quarta-feira, ele fará sua estreia no plenário do Supremo; Zanin herda cerca de 500 processos de Lewandowski
DA REDAÇÃO*
O advogado Cristiano Zanin foi empossado no cargo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (3) em Brasília. Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aprovado pelo Senado, Zanin poderá ficar no cargo até completar 75 anos, idade limite para aposentaria compulsória. Ele tem 47 anos.
A cerimônia de posse durou dez minutos e foi acompanhada pelo presidente Lula, pelos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de outras autoridades.
Como é de praxe nas cerimônias de posse de ministros da Corte, o novo ministro não discursou. Zanin jurou cumprir a Constituição e assinou o termo de posse. “Prometo bem e fielmente cumprir os deveres do cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, em conformidade com a Constituição e as leis da República”, declarou.
Herança
Zanin entra na vaga deixada por Ricardo Lewandowski, que se aposentou compulsoriamente em abril ao completar 75 anos. O novo ministro herdará cerca de 500 processos que estavam no gabinete de Lewandowski, entre eles ações contra a conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia de covid-19 e questionamentos sobre a Lei das Estatais.
Com a posse, o novo ministro poderá participar dos primeiros julgamentos na Corte. Nesta sexta-feira (4), o plenário virtual da Corte vai analisar se o ministro André Mendonça poderá julgar o caso sobre o marco temporal para a demarcação de terras indígenas.
Na quarta-feira (9), Zanin fará sua estreia no plenário do Supremo. Está previsto o julgamento sobre a constitucionalidade do juiz de garantias.
Quem é Zanin
Cristiano Zanin nasceu em Piracicaba (SP) em 15 de novembro de 1975 e graduou-se, em 1999, pela Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. É casado com a também advogada Valeska Teixeira Zanin Martins e pai de três filhos.
Após a indicação pelo presidente da República, Zanin passou por sabatina e teve seu nome aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal e confirmado pelo plenário em 21 de junho. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 5 de julho.
Antes de integrar o STF, Zanin exerceu a advocacia, atuando por mais de duas décadas em causas de repercussão nacional, como ações da Operação Lava-Jato. Também advogou em casos de grandes grupos empresariais, como o da falência da Transbrasil, e da recuperação judicial da Varig e das Lojas Americanas. Ele é professor de Direito Civil e Direito Processual Civil e atuou no Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
*Com informações da Agência Brasil e do STF Notícias.
