Ponto de embarque da Empresa de Ônibus São Bento na praça João Pessoa, atual praça padre João Marcondes Guimarães, em 1951. Foto / São José dos Micuins/ Simões/Reprodução

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Os “carros de praça” eram poucos no final da década de 60 em São José. Ônibus também, poucas linhas. Ainda sobreviviam algumas charretes de aluguel, que faziam a alegria da criançada. Um dos pontos era na Rubião Júnior, logo após o cruzamento com a Francisco Rafael, na lateral do cemitério do Centro.

Lembro que minha mãe, vez ou outra, depois de fazer compras no Centro ou ir visitar minha tia Haydée, contratava os serviços de transporte de algum charreteiro. E lá íamos nós, três irmãos menores e minha mãe, apertados naquele banquinho, sacolejando pelas ruas de paralelepípedo da então aspirante à cidade moderna e tecnológica que temos hoje.

E o hoje chegou. Quando vi os vídeos nas redes sociais da caravana de VLPs (Veículos Leves sobre Pneus) articulados e 100% elétricos que chegaram à cidade nesta semana, me lembrei das charretes da Rubião Júnior. A cidade sempre demonstrou vocação para o pioneirismo e excelência nas áreas de tecnologia, pesquisa e inovação. Embraer, ITA, DCTA, Inpe, desenvolvimento do motor a álcool, foguetes, satélites, indústria de Defesa, enfim, temos inúmeros exemplos.

PUBLICIDADE

A atual administração está conseguindo manter a cidade na vanguarda em diversos pontos, como o projeto Linha Verde, que vai utilizar os VLPs para interligar as regiões sul e leste, as mais populosas da cidade.

Temos grandes problemas de mobilidade. O acesso ao Urbanova é apenas um deles, por exemplo. As reclamações são diárias, congestionamentos e irritação de motoristas e moradores da região. Alguma solução terá que ser apresentada em curto prazo, senão aquilo vai virar o caos.

Mas é muito bom ver que teremos transporte rápido e com zero emissão de gases nocivos em nossa cidade. Saudade das charretes? Sim! Mas o futuro é elétrico.

 

> Henrique Macedo é jornalista (MTb nº 29.028) e músico. Mora há 40 anos na Vila Ema.

PUBLICIDADE