Rua Euclides da Cunha: raiz maior que a calçada. Foto / SuperBairro.

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

DA REDAÇÃO

As fortes chuvas ocorridas nos meses do verão que terminou no último sábado (20), deixaram um rastro de destruição na superarborizada São José dos Campos. O trabalho de retirada de árvores e galhos caídos, assim como a destoca das raízes das árvores suprimidas, tem sido feito com rapidez pela Secretaria de Manutenção da Cidade (SMC) da Prefeitura. Porém, isto não impede que bairros antes bastante arborizados estejam ficando mais “pelados” de vegetação.

Um exemplo é o Jardim Maringá (região central). Uma das maiores perdas de árvores no bairro ocorreu durante o temporal que caiu no início da noite do dia 9 deste mês, com ventos de até 95 km/h e cerca de 220 ocorrências de quedas de árvores e galhos em toda a cidade. A rua Euclides da Cunha foi uma das mais castigadas. Pelo menos três árvores de grande porte foram derrubadas. Em frente ao número 141, duas caíram a uma distância de cerca de 10 metros entre elas. No dia seguinte, a rua ficou interditada para o trabalho de retirada, que foi feito em questão de horas. Dois outros canteiros na mesma área –um vazio e outro com raiz aguardando destoca–  indicam que existiam mais árvores no local.

Chamou a atenção de quem passou pela rua nos dias seguintes o porte dos espécimes de sibipiruna e canafístula, com mais de 1 metro de diâmetro. A dimensão das raízes obrigou à abertura de buracos em toda a extensão das calçadas. O trabalho levou alguns dias.

 

A rua perdeu uma grande área de sombreamento com a queda de uma árvore em frente à outra. Foto / SuperBairro.

Replantio

Porém, diferentemente do que a maioria das pessoas imagina ser o correto, o replantio das árvores perdidas não pode ser feito no mesmo local.  Segundo a SMC, as destocas são feitas logo em seguida à supressão das árvores e a própria Prefeitura refaz a calçada. Quanto ao replantio, “é realizado sempre, todas as vezes que uma árvore é suprimida, porém não no mesmo lugar, mas em lugares próximos”.

A explicação da Prefeitura para esse procedimento é atribuída a questões técnicas. “O replantio não é feito no mesmo lugar porque é preciso abrir uma cova de 60 centímetros e, às vezes, a cova esbarra em outras raízes”.

No caso de destocas de raízes mais antigas, o munícipe deve solicitar o serviço pela Central 156.

A cidade de São José dos Campos recebeu no ano passado o título Cidades-Árvores do Mundo, entregue pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). É uma das três cidades brasileiras a figurar na lista, ao lado de São Carlos (SP) e Campo Grande (MS).

 

Prejuízo ambiental: quatro árvores caídas no mesmo trecho da rua Euclides da Cunha. Foto / SuperBairro.