Foto / Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

A data foi comemorada ontem, mas eu me sinto à vontade para falar do tema, mesmo atrasada, porque se tem uma turma capaz de perdoar, certamente são eles: os avós.

Apesar de já avistar a minha década sexagenária logo ali, a poucos quarteirões, ainda não entrei pra esse time, por isso só posso imaginar como é esse tipo de amor, mas de acordo com o sorriso dos envolvidos é completamente desmedido.

Confesso que me detive por mais tempo diante de cada uma das fotos que apareceram nos meus feeds das redes sociais. Aliás, um dos feeds mais lindos que vi, em muitos meses.

Essa galera esqueceu tudo e focou na positividade para celebrar a alegria de ter netos. Sem culpa, sem desculpas, só amor escancarado.

As fotos trouxeram avó moderninha, avó abraçada ao pacotinho de felicidade, avós e seus netos e netas maravilhosas em passeios por aí, aventuras. Todas elas completamente fora do estereótipo. Lindas, bem cuidadas, independentes. Um show.

E sim, algumas delas também fazem bolos deliciosos, crochê e patchwork, mas por prazer e não por falta de opção.

Tinha alguns avôs também, poucos, mas estavam lá, estufados de orgulhos espremidos entre bochechas coradas e mãozinhas gorduchas, mas a gente sabe como eles são, com seu amor inconfesso, tímido, mas nem por isso menos intenso.

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Um detalhe me despertou a atenção nesse cenário de felicidade. O Dia dos Avós mais parece o dia dos netos. Pois são os avós que aparecem agradecendo a vida e o presente que é ser avô. Não deveria ser o contrário?

Pra ser justa, vi duas ou três postagens de jovens comemorando o dia com fotos dos avós, mas as postagens dos avós eram muitas. Ok, se está pensando que só tem idoso na minha lista, reconsidere rs.; além disso, eu pesquisei por aí.

Não podemos esquecer que é cultural ignorar a existência dos mais velhos, talvez como fuga de uma realidade que assusta, mas na verdade é bela e reservada aos sortudos com vida longa.

A esperança em dias melhores nessa questão, chegou na forma de medalha de ouro, surfando as ondas de um mar revolto no Japão. Ítalo Ferreira revelou seu maior desejo ao subir no pódio: “Queria que minha vó estivesse viva para ver isso. Ver o que me tornei e o que consegui fazer”.

Ela está, Ítalo. Muita viva em seu coração. Parabéns!

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> Maria D’Arc Hoyer é jornalista (MTb nº 23.310) há 28 anos, pós-graduada em Comunicação Empresarial. Mora na região sudeste de São José dos Campos. É autora do blog recortesurbanos.com.br.