Natural do bairro do Quilombo, em São Bento do Sapucaí, onde desde sempre morou e produziu sua arte, Ditinho um dia cismou em ver forma de bichos nas entranhas das raízes das árvores. Desde então, tem se dedicado a dar forma nova à madeira bruta.
Seu mar de montanhas está espelhado nas suas obras, entalha em madeira nobre as personagens de sua comunidade rural. Sua marca registrada são as botinhas, uma analogia para a caminhada da vida. Seu estilo é ímpar, sua dedicação exemplar, sua simpatia única.
Os anos e o talento lhe trouxeram exposições e reconhecimento. Sua obra rodou o mundo, mas o artista jamais abandonou as montanhas que emolduram o Vale do Quilombo.
Ditinho é puro talento e patrimônio da Cordilheira.
Em 2014, na prestigiosa companhia do Prof. George Gütlich, visitei o ateliê de Ditinho no colo da Mantiqueira e ele, generosamente, me permitiu fazer esse registro em vídeo. Saímos de lá impressionados com a estatura de sua simplicidade. Ditinho faz da vida um poema, pois como o poeta Pessoa, de sua aldeia vê quanto da Terra se pode ver do Universo…
> Mário Lúcio Sapucahy é repórter fotográfico, Doutor em Geografia, e apaixonado pela Mantiqueira.