Quase fora da festa: Doria trai, é traído e crise no casamento com o PSDB se agrava. Foto / Facebook/Reprodução

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

O PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) está próximo de dar o passo mais decisivo no rumo da insignificância. Até recentemente uma das forças políticas mais importantes do país, o partido se deixou fragmentar em vários grupos ideológicos e de lideranças regionais para transformar-se em um leque onde se encaixam desde a centro esquerda e o centro até, do outro lado, a centro-direita e até o mais deslavado bolsonarismo.

Da reunião realizada na quinta-feira (19) pela direção nacional tucana, está surgindo o golpe de misericórdia que irá abater a pré-candidatura do ex-governador de São Paulo, João Doria, a presidente da República. Pior que isso: o partido assume um golpe ainda mais grave ao passar por cima do resultado das prévias em que Doria venceu o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

Como não emplacaram Leite nas prévias e nem em uma segunda tentativa, depois das prévias, com Leite se colocando “à disposição” para uma composição com outros partidos e a formação de uma chapa da chamada “terceira via”, os adversários irão simplesmente fechar os caminhos para Doria e embarcar na candidatura de Simone Tebet, do MDB, em companha do Cidadania.

E quanto a Doria? Mesmo com sua mirrada preferência nas pesquisas eleitorais, o que parece lhe dar pouquíssimas chances de encarnar uma opção para quebrar a polarização Lula x Bolsonaro, não dá para negar que o ex-governador está sofrendo uma das maiores traições já praticadas na política brasileira.

Ele bem que tentou evitar a primeira tentativa da direção nacional tucana de retirá-lo do jogo. Parecia até que tinha conseguido. Mas sua situação se agravou nos últimos dias com o mineiro Aécio Neves voltando à carga e o pernambucano Bruno Araújo, presidente nacional, humilhando-o publicamente.

O que deve acontecer é o desembarque do PSDB nacional –com raras exceções– da pré-candidatura de Doria, a formação da chapa com Simone Tebet e talvez um “renascimento” de Eduardo Leite para, quem sabe, compor a chapa com ela.

Ou então a judicialização da questão, se Doria resolver brigar até o último suspiro. Mas até uma vitória de Doria na Justiça seria uma derrota – ou, como se dizia nos textos de política, uma “vitória de Pirro”–, porque o apoio do partido ele já perdeu –ou nunca teve.

Há quem diga que tudo isto é o castigo que se abate sobre João Doria depois que ele afastou seu padrinho Geraldo Alckmin do primeiro time do PSDB paulista. Para piorar a maldição dos deuses sobre ele, fica no ar um cheiro forte de traição do seu vice Rodrigo Garcia, que também parece se somar aos adversários. Finalmente, fica em Doria o gosto amargo de uma renúncia inútil ao cargo de governador do estado mais importante do país.

Sobre o PSDB e seu “brilhante” futuro, vamos conversar em uma próxima coluna.

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PONTO A PONTO

O avesso do corporativismo

A cassação do deputado estadual Arthur do Val, na terça-feira (17), mostrou que, do mesmo modo que os políticos são unidos e se protegem, também podem se unir para destruir alguém que não lhes interessa proteger.

Dos 94 deputados da Assembleia Legislativa paulista, 73 participaram da sessão e todos –eu disse todos– votaram pela cassação. Arthur do Val, o “Mamãe Falei”, reclamou que quiseram tirá-lo das eleições de outubro. Mas não é bem isso.

“Mamãe Falei” apareceu na política atacando pesadamente parte da própria classe política, procurando representar uma espécie de “produto novo”, sem manchas, incorruptível, moderno e implacável com a chamada “velha política”.

Resultado: vai ficar oito anos com os direitos políticos cassados. O corporativismo se voltou contra ele.

Arthur do Vale: mexeu com quem não podia ter mexido. Foto / Agência Brasil

A ‘mídia’ nas urnas

Você acha que jornalista existe somente para noticiar a candidatura dos outros? Para dois representantes da categoria aqui em São José dos Campos, parece que o caminho pode ser diferente. Em vez de noticiarem os outros, eles pretendem ser a própria notícia.

É isto mesmo. Corre nos bastidores a possibilidade de dois jornalistas experientes e respeitados disputarem as eleições de outubro como candidatos. Um deles iria buscar votos para deputado estadual e o outro (ou a outra) ainda não se sabe se sairia a estadual ou federal.

Vamos aguardar os próximos lances desta história.

Viajou na maionese

Lula & Janja: o amor pode ser lindo, mas não combina com política. Foto / Ricardo Stuckert

A vereadora Amélia Naomi resolveu juntar água e óleo, no caso, política e casamento. E viajou bonito na maionese. Veja só a postagem dela no Facebook:

“Esse país tá precisando de amor! [emoji de dois coraçõezinhos]

Lula e Janja é um casamento pelo Brasil, pela esperança de que o Brasil tem jeito! Vamos juntos sonhar com um Brasil com mais comunhão e esperança. Veja o álbum de fotos! [emoji de coração]”

Então tá…

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PINGA-FOGO

Na tevê: Cury e seu convidado Emanuel Fernandes. Foto / Facebook/Reprodução

Eduardo Cury na TV em ano eleitoral

É isto mesmo. E não é no horário eleitoral gratuito. O deputado federal Eduardo Cury (PSDB-SP) está apresentando um programa semanal na TV Band Vale. Ele inaugura a nova seção desta coluna, o Pinga-Fogo.

Foram feitas três perguntas para o deputado. Ele respondeu como quis. Abaixo das respostas, vai um comentário de Política & Políticos sobre como o entrevistado se saiu.

1 – O senhor passou a ser apresentador de TV ao lançar o programa “Gente que Vale”, pela TV Band Vale, após cerca de 30 anos de atuação na política e como empresário. Pretende seguir carreira nesta área?

Esse programa surgiu de um sonho antigo. Eu sempre quis encontrar uma maneira de homenagear os bons exemplos da nossa região. Ela [a região] é fruto do trabalho de visionários de décadas atrás. Hoje, também temos muitas outras pessoas de talento que estão moldando o futuro do Vale, do Litoral Norte e da Serra da Mantiqueira. Eu tinha vontade de enaltecer essas pessoas. Aí, veio o convite da Band, o que para mim foi uma grande honra. Mostrar para as pessoas, especialmente os mais jovens, os bons exemplos que existem na nossa região. Confesso que tenho gostado bastante dessa experiência. Quanto tempo vai durar? Essa será uma decisão da Band.

2 – O programa tem como objetivo fortalecer sua presença na mídia em um ano eleitoral? Faz parte da sua estratégia de campanha pela reeleição?

Não, de forma alguma. Se fosse para me beneficiar, eu seria o entrevistado. O objetivo desse programa é enaltecer pessoas que fazem, ou fizeram, a diferença em nossa região. Essa, inclusive, é uma crítica que eu tenho ao trabalho da imprensa: as pessoas que são bons exemplos precisam ser valorizadas em vida. E esse é o papel do programa: enaltecer essas pessoas. Não compartilhei um programa sequer, nem mesmo um recorte, nas minhas redes sociais, justamente para não misturar as coisas.

3 – O senhor tem sido tratado como “traidor” nas redes sociais por alguns eleitores identificados com posições consideradas de “direita”. Como tem reagido a essas manifestações?

Fico surpreso com a sua pergunta. Nunca ninguém me abordou se dizendo traído, nem pessoalmente, nem pelas redes sociais. Sou fiel a tudo aquilo que eu prometi na campanha. Tenho cinco pontos principais. Primeiro, defesa das liberdades. Votei contra qualquer tipo de censura. Segundo ponto: defesa do empreendedor. Sempre defendi quem trabalha e quem empreende. Votei contra qualquer aumento de imposto. Terceiro: defesa da família e das liberdades. Sempre defendi e votei dessa forma. Quarto: defesa da democracia. Sou um democrata e não aceito nenhuma outra forma de governo que não seja essa. Quinto: intransigente no combate à corrupção. Não quero saber se é um corrupto do PT, se é um picareta que está apoiando o Bolsonaro ou se é alguém do meu partido. Picareta e corrupto não tem partido, e quero distância deles. Sempre votei dessa forma. Portanto, o que tenho feito em meu mandato é absolutamente coerente com o que prometi em campanha.

Mandou bem ou mandou mal?

O deputado Cury “estourou” escandalosamente o espaço combinado para as respostas. Do conteúdo, a novidade é que se trata de um convite da TV Band Vale. Quanto às reações de eleitores seus –ou meros provocadores?– nas redes sociais, basta ler alguns comentários quando ele faz postagens. Exceto isto, Cury mandou bem. Aliás, tem mandado bem como representante da região em Brasília.

E você, leitor, o que achou das respostas? Comente nas redes sociais do SuperBairro.

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NA CÂMARA

E a Pelom, vem ou não vem?

Continua a expectativa sobre quando será realizada a votação em segundo turno da Pelom (Proposta de Emenda à Lei Orgânica do Município) que aumenta as idades mínimas para aposentadoria dos servidores municipais.

A matéria já foi aprovada em primeiro turno, mas na sessão do último dia 5, quando seria votada em segundo turno, a base de apoio ao Executivo decidiu pedir o adiamento porque não tinha os 14 votos necessários para a aprovação. Por ser uma alteração na Lei Orgânica, a aprovação precisa ser por maioria de dois terços dos 21 vereadores, ou seja, 14 votos.

Segundo me explicou a assessoria da Câmara, a proposta não “tranca” a pauta, ou seja, não atrapalha a votação de outros projetos pelos vereadores, por tramitar em rito ordinário. Só voltará à pauta de votação a pedido do autor, o Executivo.

Após o pedido de adiamento do dia 5 já se passaram as sessões dos dias 12 e a dessa quinta (19). Sinal de que a Prefeitura ainda não conseguiu trazer de volta os vereadores desgarrados da base de apoio que sempre lhe foi fiel.

Pio XII e Gacc no vermelho

O tradicional Hospital Pio XII, na região norte, está enfrentando problemas para manter o atendimento, que é 80% prestado para o SUS (Sistema Único de Saúde). No ano passado, o déficit chegou a R$ 11,9 milhões porque, segundo a direção, os recursos repassados pelo SUS não cobrem os custos dos tratamentos.

Na segunda-feira (16), membros da Frente Parlamentar em Apoio ao Paciente Oncológico e Cardiológico da Câmara se reuniram com representantes do Pio XII para discutir soluções para o problema. Participaram os vereadores Amélia Naomi (PT), Dr. José Claudio (PSDB), Dulce Rita (PSDB), Fernando Petiti (MDB), Júnior da Farmácia (União Brasil) e Milton Vieira Filho (Republicanos).

O hospital é referência em alta complexidade no tratamento de oncologia, cardiologia e transplante de medula óssea na região. Tem 86 leitos e realiza cerca de 100 mil atendimentos por ano. Em 2021, realizou 32 transplantes de medula óssea, 2 mil cirurgias cardiológicas e oncológicas, 24 mil tratamentos de quimioterapia e 36 mil atendimentos ambulatoriais, entre outros procedimentos.

A presidente do Gacc (Grupo de Assistência à Criança com Câncer), Rosemary Sanz, participou da reunião e também reclamou dos valores de repasses do SUS, dizendo que, somente no primeiro trimestre deste ano, o hospital acumulou déficit de R$ 1 milhão.

Pio XII e Gacc: pedido de socorro à Câmara. Foto / Cleverson Nunes/CMSJC

Sexo, sempre o sexo

Dois projetos de lei inusitados entraram na pauta da sessão de Câmara da quinta-feira (19). Com pequenas diferenças, ambos abordam costumes, uma preferência dos partidos e políticos de direita. Por isso, geram polêmica com defesas ardorosas de um lado e ironias do outro.

Os projetos 4466 e 4467, de autoria do vereador Milton Vieira Filho (Republicanos), tratam da questão dos produtos com conotação erótica ou sexual. O primeiro proíbe o acesso de menores de 18 anos a estabelecimento que comercialize esses produtos, assim como a sua exposição em vitrines.

O segundo projeto proíbe a comercialização em São José de produtos alimentícios em formato de órgãos sexuais humanos –só humanos?– em bares, lanchonetes, restaurantes, trailers e similares.

Os projetos estão na fase de recebimento de emendas até o dia 2 de junho e só depois poderão ser discutidos e votados.

Milton Vieira Filho: pauta de costumes. Foto / Flávio Pereira/CMSJC
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GESTÃO

CSI mostra resultados

Desde que foi implantado em abril de 2021, há 13 meses, o CSI (Centro de Segurança e Inteligência) da Prefeitura de São José dos Campos já ajudou na detenção de mais de 200 suspeitos. Na quarta-feira (18) foi detido o 201º suspeito, um foragido da Justiça de Diamantina (MG). Condenado por tráfico de drogas, ele foi identificado por reconhecimento facial por uma das câmeras espalhadas pela cidade.

O CSI agora tem acesso aos bancos de dados estadual e nacional que contêm os procurados pela Justiça de qualquer lugar do país. As abordagens são feitas pela GCM (Guarda Civil Municipal) ou Polícia Militar.

O sistema também tem funcionado bem com veículos furtados ou roubados. Desde abril do ano passado, 116 veículos foram devolvidos aos proprietários graças ao uso das câmeras inteligentes.

Câmeras inteligentes: mostrando serviço. Foto / PMSJC/Divulgação

Voluntários limpam áreas verdes

O trabalho voluntário tem auxiliado na conservação da cidade. O projeto “Minha cidade mais bonita”, criado há cerca de um ano, é um exemplo disso. Seus cerca de 40 integrantes já realizaram 30 ações em praças e áreas verdes da cidade, retirando cerca de 2 toneladas de lixo desses locais.

Segundo o engenheiro aeroespacial Danilo Miranda, coordenador do grupo, o objetivo do projeto é conscientizar a população para a importância do descarte correto do lixo e o cuidado com o meio ambiente.

Cerca de 50% do lixo recolhido é constituído de resíduos de construção civil, que são encaminhados para o PEV (Posto de Entrega Voluntária) mais próximo da ação. A outra metade inclui copos plásticos, bitucas de cigarros, papéis, plásticos e outros materiais.

As ações são realizadas todos os sábados a partir das 10h. Na mais recente, no dia 14, cerca de 15 quilos de entulho foram retirados de uma área verde na avenida Domingos Campoy, no Residencial Flamboyant, na região sudeste.

Quem quiser fazer parte do grupo pode entrar nas redes sociais do projeto no Facebook e Instagram.

Exemplo de cidadania: grupo de voluntários ajuda na limpeza de praças e áreas verdes da cidade. Foto / Adenir Britto/PMSJC

TOQUE FINAL

Veja no Insta/Reprodução
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