Eles ficaram praticamente “invisíveis” durante muitas décadas. Sofreram todo tipo de preconceito, foram discriminados, rejeitados, considerados feios, mas de alguns anos para cá os cachorros vira-latas deram uma virada nessa situação e foram parar no topo do ranking dos preferidos pelos brasileiros.
Um levantamento feito pela DogHero –maior empresa de serviços para pets da América Latina–, com o objetivo de descobrir as raças de cães mais populares no Brasil, apontou o vira-latas como preferência nacional com 40%, seguido pelos cães da raça shih-tzu, com 12%, e yorkshire terrier, com 5%.
Para chegar a esse resultado a empresa analisou os pets cadastrados em sua plataforma em mais de 750 cidades do Brasil, o que deu um total de 1,9 milhão de animais, sendo que, destes, 350 mil entraram no ano passado.
Outro fato apontado pela pesquisa em comparação ao levantamento realizado em 2021 é que as raças labrador e maltês deixaram o ranking, enquanto as raças spitz e dachshund assumiram posições.
O ranking
O ranking nacional das dez raças mais queridinhas no Brasil ficou assim:
1º – Sem raça definida (SRD) – 40%
2º – Shih-tzu – 12%
3º – Yorkshire terrier – 5%
4º – Poodle – 4%
5º – Spitz alemão – 4%
6º – Lhasa apso – 3%
7º – Buldogue francês – 3%
8º – Pinscher – 3%
9º – Golden retriever – 3%
10º – Dachshund – 2%
Por meio dessa pesquisa também foi possível saber os nomes mais populares entre os cachorrinhos: Thor e Mel aparecem em primeiro lugar, seguidos de Luke e Luna, e de Bob e Nina. Para completar o Top 10, na sequência estão Theo e Amora; Fred e Meg; Apolo e Lola; Billy e Maya; Zeus e Belinha; Chico e Bela; Max e Pandora.
E os gatos?
Desde 2019 a pesquisa da DogHero aponta os gatos vira-latas como os mais amados do Brasil. Em 2021 eles eram quase unanimidade nos lares brasileiros: 98%. Em segundo e terceiro lugar estão azul russo (0,4%) e gato de bengala (0,3%). Em seguida vêm as raças siamês (0,2%), snowshoe (0,2%), himalaio (0,1%), pelo curto inglês (0,1%), abissínio (0,1%), siberiano (0,1%) e korat (0,08%).
O jogo virou, bebê!
Quem poderia imaginar que esses danadinhos dos vira-latas sairiam do rol dos mais rejeitados para os mais amados do Brasil? E esse amor é tão grande que bem me lembro que, quando estava para ser lançada a cédula de R$ 200, houve uma grande mobilização no país para que o vira-latas caramelo estampasse as novas notas. Aliás, a pressão foi tanta que a assessoria do Banco Central prometeu, na época, “estudar alguma ação” envolvendo o vira-latas caramelo.
Se junto com todo esse amor existisse também a conscientização por parte dos tutores e um amplo trabalho do Poder Público para castrar os animais, muitos cães e gatos vira-latas não estariam nas ruas ou em canis, à espera de um lar.
Porque uma coisa é ser o queridinho do país, outra bem diferente é não ver mais nenhum deles sem ter onde morar, algo que está longe, muito longe de acontecer.
Mas se considerarmos que até bem pouco tempo eles eram totalmente discriminados, talvez num futuro (nem tão próximo) o Brasil possa ser exemplo de país com o menor número de cães sem lar. Por enquanto, seguimos com as exorbitantes taxas de 20 milhões de cachorros e 10 milhões de gatos abandonados nas ruas do nosso querido país, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.
Tomara que esse jogo também vire, bebê.
Adote
> Edna Petri é jornalista (MTb nº 13.654) há 39 anos e pós-graduada em Comunicação e Marketing. Mora na Vila Ema há 20 anos, ama os animais e adora falar sobre eles.