Eles são reservados, adoram dormir muito, vivem se limpando, são extremamente elegantes no caminhar, e são tão, mas tão presunçosos, que enxergam o ser humano como um igual.
Quem tem um ou mais, sabe que estou falando dos gatos, um bicho de estimação que consegue dividir opiniões, porque quem gosta desse animal só tem elogios, mas quem não gosta, não quer nem ouvir falar na possibilidade de ter um dentro de casa (apesar de conhecer algumas pessoas que acabaram mordendo a língua e hoje se derretem por esses bichanos).
O gato era considerado um animal sagrado no antigo Egito, era cultuado como um Deus, tanto que em pinturas, esculturas, artes e múmias é possível ver o felino participando ativamente da vida desse povo.
Em muitas outras culturas, os gatos são considerados ótimos talismãs para proteger a casa e atrair boa sorte e fartura. Além disso, há uma crença de que os gatos são seres mais evoluídos espiritualmente e, portanto, são ótimos para afastar as más energias da casa.
Sagrado, adorado, cultuado, catalisador de boas energias, a verdade é que os gatos são animais únicos e, ao contrário dos cachorros, que enxergam o ser humano (principalmente o seu tutor) como um deus, os gatos nos veem como um igual, e não fazem nada de diferente do que fariam em relação a outro gato. Mas nem por isso são um poço de insensibilidade como muitos pensam.
Os gatos têm por seus tutores um enorme carinho e adoram brincar –mas são eles quem determinam o horário, tanto do carinho como das brincadeiras– e reconhecem os seus humanos pelo cheiro e principalmente pela voz.
E essa voz só serve para isso mesmo, reconhecer o tutor e, no máximo, aprender a guardar o próprio nome. Não adianta querer dar comandos para o gato que ele vai te ignorar com louvor. Tipo: senta, dá a pata, deita, rola… nem pensar.
É mais fácil o gato te dar os comandos na base dos miados, o que, na maioria das vezes, significam: Levanta e vai colocar a minha ração. Coça as minhas costas. Cadê você? Abre a torneira para eu beber água corrente. E por aí vai.
Essa falta de interatividade entre o tutor e o gato era um dos principais motivos que levavam as pessoas a optarem por ter um cachorro de estimação ao invés de um gato. E eu coloquei os verbos no passado porque essa realidade já não faz mais parte do dia a dia do gato.
Para se ter uma ideia, durante a pandemia o número de gatos nos lares brasileiros aumentou em cerca de 30%. E tem mais, um estudo realizado pelo Instituto Pet Brasil (IPB) apontou que os gatos serão maioria nos lares num prazo de cinco anos. É isso aí, de mansinho, de mansinho (uma de suas características), os bichanos estão ganhando o coração de adultos e crianças –até dos mais resistentes.
A verdade é que, se por um lado os cães interagem mais com o seu tutor, por outro acabam dando mais trabalho, seja com passeios, banhos ou a sujeira de cocô e xixi.
Já os gatos precisam de apenas um canto pra chamar de seu (que pode ser uma caixa de papelão, eles adoram), ração fresca (eles não suportam resto de ração) e uma caixa de areia limpa para as suas necessidades. Isso, de certa forma, para quem não tem muito tempo ou espaço e quer ter um bicho de estimação, faz uma grande diferença.
Mas, se tem algo que se faz necessário quando se tem um gato ou uma gata, é providenciar a sua castração. Isso porque uma fêmea pode dar à luz, em média, nove filhotes de cada vez, ou seja, é uma população que cresce assustadoramente.
Quem são eles
Mas além –digamos– dessa facilidade em se ter um gato, existem algumas outras curiosidades sobre esse serzinho que eu vou te contar:
– Ele não tem clavícula e por isso mesmo passa em qualquer lugar desde que seja do tamanho de sua cabeça;
– Seu nariz é único e funciona como a impressão digital dos humanos;
– Seu cérebro é mais parecido com o de um humano do que com o de um cachorro;
– Ele pode perceber um terremoto até 15 minutos antes, pois é sensível a sons e vibrações;
– Seu salto pode ter cinco vezes a sua altura;
– Corre até 49 km/hora;
– A orelha de um gato pode girar 180 graus;
– A maioria tem 12 fios em cada lado do bigode;
– Ao contrário do Brasil, no Reino Unido e na Austrália os gatos pretos significam sorte;
– Ele se limpa durante aproximadamente oito horas por dia;
– Dez anos de um gato equivalem a 50 anos de um humano.
E como eles demonstram carinho?
Ronronando: Eles fazem esse barulhinho fofinho quando ganham carinho e demonstram que estão amando a sua companhia.
Lambendo e mordendo: Outra forma do seu bichano dizer que te ama é lambendo ou dando umas mordidinhas na sua mão.
Passeando entre as pernas: Além de chamar sua atenção ele também “marca território”, deixando o seu cheiro e mostrando que ele é o seu dono, ops, que você é o dono dele…
Deitando de barriga para cima: essa é a maior prova do mundo de que ele confia em você de olhos fechados! A barriga do felino é uma área muito delicada e vulnerável para ele. Quando ele deita com ela totalmente exposta é uma grande demonstração do quanto se sente seguro perto de você.
Amassando pãozinho: Os gatos gostam de afofar seus donos com as patinhas (o famoso amassar pãozinho), mas só fazem isso quando se sentem confortáveis. É uma lembrança de quando eram filhotes e faziam isso enquanto mamavam.
Lindos, fofos, carinhosos, cheios de personalidade, os gatos são bichos de estimação que, geralmente, quem tem um quer sempre mais. Por quê? Porque são gatos, oras bolas!
> Edna Petri é jornalista (MTb nº 13.654) há 39 anos e pós-graduada em Comunicação e Marketing. Mora na Vila Ema há 20 anos, ama os animais e adora falar sobre eles.