Até terça-feira, 167 municípios declararam situação de emergência para incêndio florestal. Foto / CBMRO/Divulgação

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Com 51 casos, SP lidera ocorrências no país; secretário de Proteção e Defesa Civil diz que “99,9%” dos incêndios em SP no fim de semana foram causados por “ação humana”

 

DA REDAÇÃO*

O número de municípios que decretaram situação de emergência por incêndios florestais no país, em agosto, cresceu 354% em relação ao mesmo mês de 2023, aponta levantamento divulgado pela Confederação Nacional dos Municípios.

Até terça-feira (26), 167 municípios declararam situação de emergência no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, sendo 118 somente neste mês. De janeiro a agosto de 2023, apenas 57 enfrentavam o problema.

De acordo com o levantamento, 4,4 milhões de pessoas já foram afetadas pelos incêndios florestais este ano, sendo que a maioria, 4 milhões, foi alcançada por efeitos como poluição do ar e perda da biodiversidade.

O maior número de casos foi registrado em São Paulo, por 51 municípios, seguido por Mato Grosso do Sul, com 35 registros; Acre, com 22; Espírito Santo e Rondônia, dois municípios; e Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Santa Catarina, um município cada.

Até o momento, o sistema aponta que já foi reconhecida pelo governo federal a situação de emergência por incêndio florestal em 12 municípios em Mato Grosso do Sul. Os demais processos estão em andamento para que os gestores possam ter acesso a recursos públicos federais para medidas emergenciais.

A instituição estima um prejuízo de R$ 10 milhões em assistência médica emergencial para a saúde pública, que ainda pode crescer com impactos causados pela exposição da população à fumaça.

APOIO / SUPERBAIRRO

Ação humana

O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, disse na segunda-feira (26) que “99,9%” dos incêndios registrados no estado de São Paulo ao longo do fim de semana foram causados por “ação humana”. Segundo ele, pelo menos 31 inquéritos já foram abertos junto à Polícia Federal (PF) para investigar possíveis incêndios criminosos na região.

Em coletiva de imprensa, o secretário destacou que a corporação vai utilizar imagens de satélite que possam auxiliar na identificação de como se deu o início dos focos. “Quando a Polícia Federal acha que há alguma coisa de provocação humana, esse inquérito é aberto e o processo corre”, explicou. “Quem vai decidir [o resultado de cada inquérito] é a investigação”, disse.

Wolff classificou como motivo de “surpresa” o fato de praticamente 50 municípios paulistas registrarem focos de incêndio de forma concomitante. O secretário citou ainda outros dois fatores que acabaram por contribuir para o cenário registrado no fim de semana: a ausência de chuvas no estado até o sábado (24) e ventos que chegaram a 70 quilômetros por hora.

Segundo o secretário, a Defesa Civil de São Paulo reportou, na manhã de segunda-feira, que restam poucos focos de incêndio ainda ativos no estado. Os motivos, segundo ele, incluem a umidade proporcionada pelas chuvas que caíram no domingo (25) e que foram suficientes para apagar a maior parte dos focos.

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Gabinete de crise

O Governo de São Paulo informou que segue com o gabinete de crise e o posto avançado em Ribeirão Preto para monitorar e dar resposta às queimadas que atingem o interior do estado. Na segunda-feira não havia focos ativos de incêndio, mas 48 municípios estavam em alerta máximo para queimadas, de acordo com os dados de monitoramento do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil. Destes, dois estão localizados na RMVale: Bananal e São Luiz do Paraitinga.

A Polícia Civil informou que está mobilizada para investigar todas as ocorrências de incêndio criminoso no estado, especialmente as que ocorrem nas regiões afetadas pelas queimadas. Três prisões foram efetuadas, em São José do Rio Preto, Batatais e Guaraci.

 

*Com informações da Agência Brasil e do Governo de SP.