Perda de 3,4 anos na esperança de vida devido à pandemia já foi recuperada, segundo o IBGE. Foto / Marcelo Camargo/Agência Brasil

Wagner Matheus é jornalista (MTb nº 18.878) há 45 anos. Mora na Vila Guaianazes há 20 anos.

Dados revisados do IBGE mostram que redução de 3,4 anos devido à pandemia de covid-19 foi recuperada; com 15,6%, população de idosos continua crescendo

 

DA REDAÇÃO

A esperança de vida do brasileiro ao nascer, também conhecida como expectativa de vida, passou a ser de 76,4 anos. A estimativa é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir de novas projeções populacionais, divulgadas na quinta-feira (22).

Os dados mostram que as expectativas de vida no país, para quem nasceu em 2023, são de 79,7 anos para as mulheres e de 73,1 anos para os homens.

O IBGE também divulgou dados revisados para a expectativa de vida referentes a anos anteriores. Em 2019, um ano antes da pandemia de covid-19, por exemplo, a estimativa era de 76,2 anos, de acordo com os dados revisados pelo instituto.

Efeito pandemia

Em 2020, a esperança de vida ao nascer recuou para 74,8 anos, caindo ainda mais em 2021, para 72,8 anos, ou seja, uma perda de 3,4 anos em relação a 2019. Em 2022, houve a primeira recuperação, passando a 75,4 anos. Em 2023, a expectativa conseguiu superar a estimativa de 2019.

De acordo com as projeções do IBGE para as próximas décadas, a expectativa de vida deve chegar a 77,8 anos em 2030; 79,7 anos em 2040; 81,3 anos em 2050; 82,7 anos em 2060 e 83,9 anos em 2070. Para as mulheres, a projeção é de 86,1 anos em 2070, enquanto para os homens fica em 81,7 anos.

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“Tivemos um choque externo de mortalidade, que foi a pandemia. Observamos o efeito disso em 2021 e 2022 e, após esse período, estamos observando um retorno à tendência histórica. Projetamos que a esperança de vida ao nascer vá aumentando ao longo do tempo e diminuindo o diferencial entre homens e mulheres, principalmente relacionado com uma diminuição dos óbitos por causas externas”, explica a pesquisadora Cíntia Agostinho, do IBGE.

O aumento da expectativa de vida, associado à redução da taxa de fecundidade, leva a um envelhecimento da população. De acordo com o IBGE, a proporção de idosos (com 60 anos ou mais) no país passou de 8,7% em 2000 para 15,6% em 2023. Em 2070, espera-se que 37,8% dos habitantes do país sejam idosos, ou seja, mais que o dobro de hoje. A idade média da população, que era de 28,3 anos em 2000, subiu para 35,5 anos em 2023 e deve atingir os 48,4 anos em 2070.

A taxa de mortalidade infantil, que estava em 28,1 por mil nascidos vivos em 2000, passou para 12,4 por mil em 2022. A projeção é que, nas próximas décadas, a taxa continue caindo e, em 2070, atinja 5,8 por mil.

 

*Com informações da Agência Brasil.

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